segunda-feira, 21 de julho de 2014

Verbos. Instantes. Correm. Tudo sempre corre por aqui. E eu, perdida, busco em palavras encontrar uma pitada de sossego pro meu coração explosivo.
Coração esse que não consegue acautelar-se e sempre atropela... vírgulas, pontos, sentimentos. Coração bagunçado, e bagunceiro. 
-Acalma-te, sossega-te. 
Nem tudo está perdido, o vento me sopra ao pé do ouvido.
-Me da um pouco do teu vento! Me diz palavras honestas. Fica. Por favor.
Vem tomar um banho de cachoeira comigo e me banha inteira
e me molha
toda.
Suplico-te, me empresta um pouco da tua cor, pra que eu possa sorrir de novo. Não fujas, não esqueças que ainda prossigo aqui, esperando a bonança, à qual tenho esperanças que chegue, e enfim eu mergulhe nela. Impávido.

-Sou tua. Mas, somos livres. Você sabe. Sempre soube, que meu amor é teu. E que te empresto todas as cores que quiser. E a esperança...
Desencadeavam-se palavras e pensamentos nos dois. Ele, longe... Tão longe que a moça não conseguia nem mimetizar a ideia de um abraço, porque quilômetros o separavam. Ventava tanto pelos lados dela, e ela só queria um abraço pra esquentar e dizer: calma, eu tô aqui.

Um abraço que pudesse trazer uma segurança mesmo que mínima, um aconchego mesmo que vago, um sorriso mesmo que tímido. Mas pra ela abraços físicos não eram suficientes. Ela queria abraçar a alma dele, o coração dele. Hoje, amanhã e depois.
Mas essa distância apunhalava seu coração já frágil e machucado e balançado por furações de outrora. Ela queria a paz, e sabia que só com ele à teria. 
-Então por que tão longe, deus do céu? Só queria entender!- disse isso no mesmo instante que uma lágrima caiu na sua mão esquerda.

Caíram. Litros infinitos de choro. Cachoeiras, mas não daquela que ela havia falado pra eles se banharem.
Escorreram, todas, enormes...
E moço lá de longe limpou-as com um sincero:
Eu te amo.

Por: Inaiara Gonçalves e João Ricardo Würch Selbach

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