quarta-feira, 18 de maio de 2011

Grão, granola.


Eram vários, uma junção de pequeninos grãos formando o composto chamado granola. Frutas cítricas, castanha e o próprio grão.
Era agradável colocar os dedos no pote e pegar um punhado do tão bom alimento.

O sabor não era doce nem amargo. Neutro. E é disso que eu gosto, de momentos neutros que ainda assim podem proporcionar tanta felicidade.
Fico imaginando, se fossemos formados de grãos, uns seriam grãos grandes e imponentes, outros pequeninos e delicados e teriam aqueles que desmontariam-se com um leve tocar de ponta dos dedos.

Agora eu sou um grão, forte e fraco, bom e ruim. Um grão em meio à outros, que ao tocado ouve-se o farfalhar dos outros que estão próximos- suave e barulhento, porém, era um barulho gostoso de ouvir. Tudo compactado, em um só pote.

Um grão mordível, mas que por vezes pode te fazer quebrar os dentes. Não sou um grão classificado, nem feito em industria. Longe de ser rotulado. Sou o grão da terra, o grão puro, o
grão-menina...

domingo, 15 de maio de 2011

http://letras.terra.com.br/los-hermanos/67553/

O Pouco Que Sobrou

Los Hermanos
Composição : Marcelo Camelo

Eu cansei de ser assim
Não posso mais levar
Se tudo é tão ruim
Por onde eu devo ir?
A vida vai seguir
Ninguém vai reparar
Aqui neste lugar
Eu acho que acabou
Mas vou cantar
Pra não cair
Fingindo ser alguém
Que vive assim de bem

Eu não sei por onde foi
Só resta eu me entregar
Cansei de procurar
O pouco que sobrou
Eu tinha algum amor
Eu era bem melhor
Mas tudo deu um nó
E a vida se perdeu
Se existe Deus em agonia
Manda essa cavalaria
Que hoje a fé
Me abandonou


(...) Peço perdão aos leitores, por o post de baixo ter sido tão mal feito, foi apenas uma maneira de jogar fora toda a minha angustia.
E matar o que estava me matando.

Sem mais,

sempre grata,

Ina.
Meu deus do céu, como tem gente desprezível nesse mundo.
Tem gente hipócrita,
Suja,
Nojenta,
Canalha,
Aproveitadora,
Imbecil,
Falsa,
Vulgar,

PARE

de julgar,
de falar por falar,
de mentir,

APRENDA

a dizer,
a ter boa fé,
a buscar ao menos o resto de valor que dá a vida, e...

MUDE

suas atitudes,
seus pseudos-discursos,
seu pérfido olhar,

Que sua aleivosia MORRA.

E nesse momento eu vomito toda a minha raiva por saber que tem gente que não se importa com o outro. Ou melhor, que finge se importar.

sábado, 14 de maio de 2011

Café sem leite.



O copo descartável encosta em meus lábios e o líquido de um marrom escuro, quase preto desce garganta a baixo.
Ele estava forte, quente, mas ainda assim com açúcar -pois o que seria dele sem uma doçura cristalizada?

Caneta em uma mão. Copo descartável vazio. Mordo o lábio inferior e sinto ainda um leve gostinho adocicado, aumento o volume da música e sinto o tocar do violão, meu corpo intuitivamente começa a balançar em um ritmo leve, acompanhando cada nota. As pálpebras fecham-se e deixo que a calmaria momentânea tome conta do meu ser, sinto o ar entrando em meu pulmão e penso no que escrever.
O som cessa, meus olhos abrem sem que eu peça a eles e eu vejo a vida nitidamente, como ao abrir uma janela e ver o raiar do dia, eu vejo a beleza de cada suspiro, cada passo dado, cada momento...

Duas moças conversam à minha frente, mas só enxergo os lábios abrindo e fechando em uma frequência pautada, soltando provavelmente palavras comuns.
Agradeço por estar nesse instante conseguindo tocar na caneta e desacolchetar a tinta azul que ela possui.

Que venham mais cafés, sem leite e com muito açúcar.