meu corpo
é palavra
viva
pulsa
pulsa
pulsa
e sai aos gritos
pro mundo
que eu nem sei quem é
não sou poeta
não sou princesa
não sou sua
sou minha
só minha
mulher
onde as palavras brotam
do fundo do peito e rasgam
a garganta para dizer
qualquer coisa sobre o amor
que não cabe em mim
sobre a vida que não cabe
nos meus seios
que tanto sentem
na minha boca
que tanto fala
nos meus olhos
que tanto veem
não cabe
em mim
como ser feminino
emancipado
emancipei-me
ao jogar
palavras
provindas do meu corpo
no papel.
Este blog não tem a pretensão de ser nada além de um lugar onde eu tenha a liberdade de escrever o que quero e você tem a liberdade de dizer o que quiser.
segunda-feira, 27 de abril de 2015
sábado, 25 de abril de 2015
prédios conceituados
pedreiros esquecidos
livros famosos
revisores não vistos
peças diretores cantores dançarinos poetas pintores tradutores
e quem está por trás da cortina?
na luz do teatro
na voz do cantor
na sapatilha surrada
da bailarina linda
quem a fez?
quem fez a sapatilha?
somente
não sei
não sei
não sei
poderia ficar aqui
escrevendo essas duas palavrinhas
pra sempre
porque poesia
jogada
surrada
-como a sapatilha-
só serve
pra ficar
no papel.
pedreiros esquecidos
livros famosos
revisores não vistos
peças diretores cantores dançarinos poetas pintores tradutores
e quem está por trás da cortina?
na luz do teatro
na voz do cantor
na sapatilha surrada
da bailarina linda
quem a fez?
quem fez a sapatilha?
somente
não sei
não sei
não sei
poderia ficar aqui
escrevendo essas duas palavrinhas
pra sempre
porque poesia
jogada
surrada
-como a sapatilha-
só serve
pra ficar
no papel.
não quero aplausos
assumo que
as curtidas
ajudam a seguir
não pela fama
mas pelo reconhecimento
daquilo que sai das entranhas
e vaza pro mundo
cão
caótico
catártico
confuso
pelo ser-sentida
e não ser-vista
portanto,
se me veem
mas não sentem
sumam
do clicar automático: curtir.
se não sente
não preciso
já há pessoas demais
ligadas no automático
mecânico
maquinal
involuntário
vai e vem
sem sentido
sem sentir-me
na íntegra
sente a si?
sente ao outro?
reconheça o poema
as palavras
as tão doces palavras
que sabem dizer gritar correr
quase que loucas
pra serem
sentidas
idas sem fim
de poesia
sincera.
assumo que
as curtidas
ajudam a seguir
não pela fama
mas pelo reconhecimento
daquilo que sai das entranhas
e vaza pro mundo
cão
caótico
catártico
confuso
pelo ser-sentida
e não ser-vista
portanto,
se me veem
mas não sentem
sumam
do clicar automático: curtir.
se não sente
não preciso
já há pessoas demais
ligadas no automático
mecânico
maquinal
involuntário
vai e vem
sem sentido
sem sentir-me
na íntegra
sente a si?
sente ao outro?
reconheça o poema
as palavras
as tão doces palavras
que sabem dizer gritar correr
quase que loucas
pra serem
sentidas
idas sem fim
de poesia
sincera.
sexta-feira, 24 de abril de 2015
no fundo dos meus olhos
há a flor que não é escutada
no fundo do meu sexo
no fundo da minha boca
no fundo
o que há no fundo de nós?
de mim de ti
que juntos não somos nada
porque não há espaço pra dois
num mundo onde não escutam
as flores
e a poesia
fica assim
cortada
pela rotina
pela metade
pela hora certa
à cumprir
faz faz faz
ganha ganha ganha
pão?
gostaria de um pão com pitadinhas de jasmin
pra ver se assim
a poesia sai
menos caótica
e consegue
ser escutada
por dentro.
não é tempo
Carlos,
não é tempo
pros seus poemas
estarem nas prateleiras
mofadas
das bibliotecas
mofadas
das universidades
mofadas
não é tempo
nem espaço
nem desejo
sei que não queria assim, Carlos,
mas o mundo tá pra esses tempos
tempos da academia
que não enxerga mais
a flor que nasceu na rua,
Carlos,
ah, Carlos,
só há tempo
pra ser-visto
serviço
pagamento
no fim do mês
e flores murchadas
sobre a mesa de jantar.
Carlos,
não é tempo
pros seus poemas
estarem nas prateleiras
mofadas
das bibliotecas
mofadas
das universidades
mofadas
não é tempo
nem espaço
nem desejo
sei que não queria assim, Carlos,
mas o mundo tá pra esses tempos
tempos da academia
que não enxerga mais
a flor que nasceu na rua,
Carlos,
ah, Carlos,
só há tempo
pra ser-visto
serviço
pagamento
no fim do mês
e flores murchadas
sobre a mesa de jantar.
domingo, 19 de abril de 2015
corpo
meu corpo
não aceito
meu corpo
cujas coxas
não são firmes
e os afetos
tão intensos
e o choro
sempre vindo...
porque é com ela
com a bunda dela
que cabe no shorts
curto de um jeito
sexy
com
-merda. queria poder não estar assim.-
mas é com ela
que você quis estar
naquela noite
e
porra
qual o problema?
e todos os outros
e todos as outras
coisas perturbantes
qual o problema?
qual meu problema?
acho que esses olhos grandes demais
essa mania de escrever poemas ruins
a bunda não tão
como a dela
você sabe
e
ah,
olha pra mim
não sou nada
nunca fui nada
além de uma
falsa-poeta
com corpo ruim:
lixo escorregadio
em forma de palavras.
meu corpo
não aceito
meu corpo
cujas coxas
não são firmes
e os afetos
tão intensos
e o choro
sempre vindo...
porque é com ela
com a bunda dela
que cabe no shorts
curto de um jeito
sexy
com
-merda. queria poder não estar assim.-
mas é com ela
que você quis estar
naquela noite
e
porra
qual o problema?
e todos os outros
e todos as outras
coisas perturbantes
qual o problema?
qual meu problema?
acho que esses olhos grandes demais
essa mania de escrever poemas ruins
a bunda não tão
como a dela
você sabe
e
ah,
olha pra mim
não sou nada
nunca fui nada
além de uma
falsa-poeta
com corpo ruim:
lixo escorregadio
em forma de palavras.
gozo escorrido de machismo
chupa
chupa
chupa
- ei, não faz assim. seu jeans tá me machucando. -
olívia tira o jeans.
chupa
chupa
chupa
- posso gozar na sua boca? -
olívia diz que sim.
goza
goza
goza
fim.
olívia sorri.
riem
riem
riem
Otávio à toca
dois segundos
para.
- não tem tempo pra isso agora, Oli. -
olívia
só servia
pra chupar
e servir
chora
chora
chora
olívia
chora não
seu corpo é lindo
sua boca é linda
e a voz é sua
somente sua
então grita
mesmo
que seja
em poesia
esfarrapada.
chupa
chupa
- ei, não faz assim. seu jeans tá me machucando. -
olívia tira o jeans.
chupa
chupa
chupa
- posso gozar na sua boca? -
olívia diz que sim.
goza
goza
goza
fim.
olívia sorri.
riem
riem
riem
Otávio à toca
dois segundos
para.
- não tem tempo pra isso agora, Oli. -
olívia
só servia
pra chupar
e servir
chora
chora
chora
olívia
chora não
seu corpo é lindo
sua boca é linda
e a voz é sua
somente sua
então grita
mesmo
que seja
em poesia
esfarrapada.
sábado, 4 de abril de 2015
Quero desconstruir. Quero desconstruir essa porra toda provinda do passado.
E vai ser na prática. E pode ser que doa, eu não sei. Mas pode ser que traga frutos.
Eu quero tanto ser sua amiga. Tanto!
E que todas as coisas boas que vivemos se tornem pitadinhas de amizade.
E que todas as coisas ruins que vivemos se tornem pitadinhas de passado.
E que nenhuma Regina me atordoe mais em sonho dizendo pra nós que ia durar, nem mesmo me dê vontade de chorar às vezes quando lembro da noite quentinha e seus lábios. e . pera. Para. Fim.
Fim desde que fim.
Finde esse poema em prosa
pra mim.
É muito estranho né? Parece que alguma coisa ancora a alma da gente junto. E leva, pra longe, pro dia mais longínquo. Pra lembrança mais exata. Pro beijo mais saboroso. E volta. E quando retorna ao presente, tudo fica de lado, mas a alma ancorada ainda está aqui. Ali...
E agora?
Como lidar com almas nas quais me ancorei
dentro de poesia e de saudade
Como lidar com essas almas que eu só quero
que se tornem doces amizades
menos poéticas
e mais reais.
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