sábado, 30 de junho de 2012



Depois de tanto choro, de tanta raiva e angustia aclamada , postulada em uma manhã de sábado e uma noite de sexta. Depois de tanta coisa, de tanto tanto. Depois a brisa leve bateu na porta, e ao abrir, as cores calmas começaram a dizer olá,começaram a balançar dentro de mim, e vieram tão discretamente, que não deu nem pra pensar em não abrir a porta. O tempo tem sido meio insolidário, mas , dá pra ir vivendo e sorrindo, e amando... Amando.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Eu estou viva. Vi-va . Dentes encostando nos lábios e pronunciando a palavra. Fonética, lembra-me as vezes em que eu falei sem parar contigo, falar sem parar matracando sem pensar. Feche os olhos e ouça uma boa música, ou simplesmente, consiga pronunciar: Viva. Consegue dizer as palavras e senti-las ao mesmo tempo? Evidenciar suas cores e nuances. Sim, palavras falam e cantam. Vivem assim, como nós.

Pulmões dizendo



Foi quando entrei no ônibus, que percebi os olhares perpassando-me o corpo, e eram tantas pessoas, mãos, corpos, todos juntos em um só local, todos perdidos encontrando uma fuga em plena quarta-feira. Respiração plena. Inspiro e expiro. Sinto o ar entrando em meus pulmões, pulmões cansados, exaustos, pedem por água, por flores, por cores. E foi quando minha respiração aliou-se com todos os outros sentidos de meu corpo, e foi atribuindo para si mesma uma noção do porque estava funcionando. Uns com respirações ofegantes, outros com uma respiração fragmentada pelo cansaço e eu ali respirando, olhando e sentindo o calor pungente de pessoas, que como eu, possuem sonhos, desejos. Mas nesse momento, eu só queria ouvir minha música, e respirar, sentir na pele o que é o ar entrando, ar sujo da cidade, ar pobre, ar preocupante, agitado e regido pelos relógios , ar faminto, faminto de amor que permeia tantos andarilhos como eu.

Palavras a tintilar


O que seria atingir as estrelas? Escrever sem parar, a ponto de abranger um universo inteiro. Sim, esse universo maior do que as palavras aqui colocadas. Talvez, aqui dentro existam mais palavras do que estrelas. Mas elas vão se mesclando, e se perdendo em um universo de sentidos e vontades. As palavras vêm brilhando em cada um, palavras de amor, de raiva, de dor. São como várias estrelas, a tintilar na nossa boca, querendo sair, e dizer. Dizer, expressar. Comunicar-se com os outros a ponto de ser tangível. Ou não. Ou simplesmente, expressam-se por si só, sem fazer sentindo completo, sem concretude, sem formalidade, simplesmente gostam de sair e brilhar por ai. É sempre bom, observar o brilho das palavras. 

domingo, 10 de junho de 2012

Bom dia amarelo.

http://letras.terra.com.br/caetano-veloso/43883/ 




Amarelo caminha na minha janela, reflete no vitral colorido e volta, fazendo uma dança de luz. Amarelo acata amor e abrange amar. Amando ver o amarelo pairando no beiral da janela. Abro-a e deixo-o entrar, e ele foi tão abusado que trouxe consigo o verde, sim! Aquele verde pacato que fica me espreitando toda vez que chego em casa. E o verde trouxe o azul, que vive dizendo pra mim parar de olhar pra ele. Eles estão invadindo meu quarto, um por um, é até bonito, não chega a ser magnífico, mas é de uma beleza tão pura que chega a ser sincero. Entraram os três. E a janela ainda aberta e eu fitando-os e vendo-os dançarem nas paredes do meu quarto, foi quando o vermelho apareceu, assim, sorrateiramente me puxando pra perto dele. Ah, vermelho, adoro-te! E quando ele chegou, as luzes se juntaram, fizeram uma festa de cores e tonalidades, até cantaram um pouquinho. Abracei aquelas cores e pedi pro vermelho vir toda manhã me visitar. 
Ah, e bom dia, amarelo; constante invariável de todas as manhãs.


sábado, 9 de junho de 2012

perdendo as palavras


Estava frio, as pontas de meus dedos congelavam, os fios de meu cabelo estavam sem oleosidade, e brilhavam. A sonoridade dos seus batimentos entravam em meus ouvidos profundamente, era compassado; mas tudo aquilo tinha uma ternura sem igual. Sua pele branca, e os olhos negros fechados, delineava seu rosto com meus olhos e com a mão sentia sua pele. Um frio imensurável. Foi quando a campainha tocou, já era dia, lá pras nove da manhã, o sol se abria levemente e entrava pelas frinchas da janela. Tim-dom. E eu continuei ali, entrelaçando meus pés aos seus, sentindo a sua respiração. Não queria sair dali nunca, era a sensação de que ia durar pra sempre. A sensação de que não sente-se nada além de estar. Deixei a campainha tocando, calcei meus chinelos de inverno, e fui até a cozinha, fiz chá de camomila com pitadas de gengibre. Sentei no sofá e tomei-o, estava quente, uma boa pedida pro inverno. Foi quando você levantou, encostou-se na parede e ficou ali parado, aquele olhar misterioso que sugava-me a racionalidade; mãos cálidas e abruptas. Cabelo. Nuca. Boca. Me perdia no sabor bom, um dos melhores. Perdi os sentidos. Perdi a saudade. Perder. Sofrer. Viver. Er. Eu tô perdendo, perdendo a linha de raciocínio ao mesmo tempo que perco a vontade de esperar, em meio a uma confusão de palavras perco o ponto de concretude e não quero perder mais amor, não quero perder o que não tenho. Quero perder a vontade de ter o que pensei que tinha.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

reticências



Palavras estão ai em um burburinho, me chamando, e eu acabei de perde-las, estava aqui escrevendo, quando elas foram apagadas e minha revolta foi grande, mas isso é outra história. Eu falava de palavras, sim, aquelas que andam me perseguindo, e querendo sair de alguma forma, porque a fala está rasa, voz -quase inexistente- dor, dor latente na minha garganta, então, não dá pra falar. Mas escrever, dá. E é isso, são as palavras procurando-me e eu não sabendo o que elas querem, digam-me, digam-me o que dizer! O leitor vai parar de ler, enquanto vocês não saírem. Sinto que vocês só vem à tona pra dizer sobre sentir. Não quero dizer sinto. Não quero dizer. Quero palavras, palavras vivas, latentes, com cheiro de pão fresco saindo do forno. Eu quero adjetivos, substantivos, verbos; ponto finais de vez em quando. Mas reticências, são bem vindas, sempre, sempre... Sempre...



sábado, 2 de junho de 2012

Não é pra Entender.



(http://letras.terra.com.br/los-hermanos/67390/)

Boca imaculada? O que é boca? O que é vermelho? Colar significativo pra mim. Música, andança, vento vento, palavras soltas(?) O que aconteceria se eu batesse nessas teclas como se elas fossem as teclas de um piano tocando Los Hermanos? Assim, do jeitinho que eu tô sentindo a música agora; se as notas musicais virassem palavras conforme eu fosse batendo em cada tecla, a mais b mais nota, mais música, sonoridade, lentidão, mais e mais! As palavras vão flutuando, sabe, vão saindo, e a gente nem percebe como. Sinta as palavras como a música... Essa mesmo. Essa música. Boca. Lábios. Língua. Você subverteu.