sábado, 24 de dezembro de 2011

Cataventos finais.


Estava lá sentada, os grãos de areia tocavam-lhe os pés, o vento leve como uma brisa inebriam em sua face, seu tio que tinha síndrome de down estava estava ao seu lado cujos olhos brilhavam e refletiam uma alma sincera, foi quando ela lhe perguntou:

- O que se faz quando se está triste?

E ele lhe disse afagando a alma da menina:

-Não se faz nada. Só olhe para o mar.

Então ela olhou, fixamente, e via as ondas indo e vindo como um balaio ensaiado, pensou no ano que estava acabando, em tantas coisas vividas, boas, ruins. Mas será que podemos definir mesmo? Não é fácil se ter a certeza de que algo é realmente bom ou ruim. Talvez seja uma mistura de tudo isso, de sentidos. Pensou em tantas pessoas que participaram de sua vida, umas que permaneceram e outras que foram embora tão rapidamente mas deixaram um rastro.

Lembrou-se então dos cataventos, que tinha visto em uma tarde não muito distante, eles giravam, mas era o vento que comandava a velocidade, por ora eram rápidos e outrora paravam, como a própria vida, emitiam suas cores, um mistifório de vivacidade, e eram vários deles sobre a grama verde e intensa. Ao mesmo tempo pensou nas luzes de natal, e imagens foram perpassando sua mente, as luzes de natal... Remetem-nos a tanta coisa, talvez hipocrisia familiar, capitalismo em seu auge comercial, mas ao mesmo tempo, não tem como dizer que o espírito de natal não existe. Por mais simbólico que seja, no natal sentimos que o ano está acabando, por ora nos dá uma grande nostalgia mas ao mesmo tempo as coisas parecem mais claras, é como se conseguíssemos pensar no ano que passou e realmente dar relevância à algumas coisas. É tudo tão rápido como os cataventos citados acima, e se não pararmos como eles e obedecermos ao vento, tudo vira uma conturbação de sentimentos. Precisamos respirar. Respire fundo, sinta o ar entrando nos pulmões e saindo, você está vivo. Sim, estamos vivos. Juntos ou separados, estamos vivos. E isso não é suficiente? Que o ar límpido de seus pulmões traga paz pulsante para o novo ano que está nascendo. E só peço que comigo ou sem mim, vivam. Mas desejo intensamente que seja comigo.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

palavras mal-formuladas

Estou cansada da incompreensão das pessoas quanto a minha pessoa, será que é tão difícil entender que eu gosto do completo do louco do insano? Eu gosto do certo junto ao incerto, gosto do veneno mais amargo e da fruta mais doce, gosto da irreverencia em seu ápice.
Gosto de sentir. De falar, de expressar. E não importa, sempre falarei, escreverei da maneira mais torta, mas mais bonita que eu conseguir... Não espere que eu diga mentiras, muito menos que deseje seu mal, eu desejo o amor acima de tudo.
Não sou esteticamente dentro dos padrões impostos pela sociedade, eu choro desenfreadamente e rio tanto quanto. Eu abro, desencaixo e grito. Eu vivo.
Não espere que eu vá dizer não quando você precisar da minha ajuda, muito menos que deixarei de tentar o máximo criar um vínculo profundo, espere amizade.
Não gosto de hipocrisia, mas no fundo, sei que todos somos hipócritas, mas não espere que eu deixe isso e de lado e não tente mudar.
Não quero conclusões fáceis, admirações levianas, quero o completo, o literal, o verbo viver.
Não finja que se importa quando não se importar, nunca, acima de tudo, seja sincero.
Sou louca, imperfeita, tento ser politicamente correta e faço muito burrada, quebro a cara, procuro ombro amigo e dou abraços.
Sou sensível, amo flores irremediavelmente, cobro muito, sou perfeccionista... Tanta coisa.
Não ligo se me chamam de velha por usar flores, muito menos por gostar de MPB.
Que as invariáveis palavras soem como a poesia em sua boca, que você possa ouvir, falar e acima de tudo enxergar o brilho da pessoas.