segunda-feira, 30 de abril de 2012

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O que são dezessete? Dezessete anos, dezessete vidas, dezessete pensamentos soltos dentro de dezessete palavras com dezessete possibilidades de entendimento. Dezessete mais noventa-e-nove, eu gosto. Gosto de cem, também. Eu amo a vida mais que dezessete anos, amo os anos passados, futuros e até mesmo aqueles que não vão existir. Eu vou morrer. Você também. Mas e se eu puder morrer dezessete vezes? Será que foram dezessete vividos, de fato? Acho que sim. Foram ao meu modo, mas foram. Tantas risadas que sobressaíram de minha face nesses anos, e lembro-me de tantas vezes que eu me perdi nas mais de dezessete confusões internas, confusões que foram expelidas com palavras, palavras de menina. Não é o aniversário em si, não é o comemorar. É o estar junto, é o amar. Eu tenho medo, medo da morte, eu sou uma criança, ingenuamente tentando expressar pra você o que são meus dezessete.  Eu tenho uma caixinha de coisas especiais, dada por uma pessoa especial, eu guardo lá mais de dezessete lembranças, guardo beijos, abraços e mordidas. Borrões de lembranças estão ali; quando eu a ganhei pensei 'Não terei o que guardar', mas hoje já não cabem mais as lembranças, as fotos, os ingressos, o papel borrado de batom, o feijãozinho da terceira série, isso, aquilo, coisas que eu gosto de ter por perto. Preciso de uma nova caixa. É bom, sabe, abrir essa caixa de vez em quando e ver que eu tenho memória, e nesse momento, eu percebo que são mais de dezessete essências guardadas dentro de mim. Eu falo, falo, e tento dizer algo que nem eu sei o que é. Você tá entendendo? Tá entendendo que você também tem dezessete, dezessete menos dez, mais cinco ou simplesmente dezessete puro, intactos, só seus. Eu tenho sonhos, elocubro ideias e gosto de rock. Escrevo cartas e uso flores. Eu gosto de tomar café quente em dias de chuva, e gosto também de lembrar do sabor dos beijos, eu ando e desando... Ah, eu vivo! Eu canto em voz alta, eu invento a letra e emendo roupas, eu choro fácil, mas eu rio fácil, também. Eu gosto de amar. Me permite? Você me permite dezessete anos amados? 

Me deixa amar-te, meus dezessete. 

sábado, 21 de abril de 2012

Cidade-dorme.

Estavam demorando pra chegar, em palavras?
Uma semana: corpo cansado, mente agitada. Anda. Senta. Levanta. Faz. Fala e fala.
Mas hoje cessou, a angustia sumiu, o corpo cantou.
Como continuar? Se eu não sei ao menos o que escrever. É porque hoje, minha gente, quem quer falar é minha alma, alma essa que permaneceu uma semana trancada, sem poder respirar, que sorriu por segundos, mas estava suplicando espaço ao mundo; ela dizia baixinho para mim: Quero gritar! Gritar pra mãe, pra pai, pra Deus! Pro mundo...
O que eu quero gritar? Fale alma! Fale pra mim.
Tô me perdendo, nos enleios do meu pensamento, tentando escolher a palavra certa, mas pra quê? Hoje é só uma alma pequena, alma criança, querendo dizer com olhos ingênuos que acredita em si mesma.
(...) Pensamentos para final:
...Que acredita no mundo.
...Que acredita em você, 

ou simplesmente,

que acredita no amor.