segunda-feira, 27 de abril de 2015

corpalavra

meu corpo
é palavra
viva

pulsa
pulsa
pulsa

e sai aos gritos
pro mundo
que eu nem sei quem é

não sou poeta
não sou princesa
não sou sua

sou minha
só minha
mulher

onde as palavras brotam
do fundo do peito e rasgam
a garganta para dizer

qualquer coisa sobre o amor
que não cabe em mim

sobre a vida que não cabe
nos meus seios
que tanto sentem

na minha boca
que tanto fala

nos meus olhos
que tanto veem

não cabe
em mim

como ser feminino
emancipado

emancipei-me

ao jogar
palavras

provindas do meu corpo
no papel.

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