terça-feira, 28 de maio de 2013

fim

A essa hora da noite os meus olhos que tanto te viram e já acostumados à cegueira mundana só pensam mesmo em se fechar. Se pudessem ficariam séculos fechados e abririam numa primavera qualquer para vi(verem). Adocicado o sabor da boca noturna desgastada pós-dia em que falas foram soltas , em que o ar saiu do âmago e expeliu. Boca. Mãos. Olhos. Vejo que acabou. Lamento, antigo companheiro de chuva e frenesis. Lamento do fundo dos olhos que logo mais esquecerão sua imagem. Lamento do fundo da boca que não lembrará mais o sabor do beijo. E das mãos, e do corpo e até mesmo da fala que desfalecendo-se esquecerá, esquecerá e só terá uns dizeres, dizeres de lembranças de algo que foi bom. Lamento de corpo e alma -eles, que me fizeram, tentar, até o mundo resolver que tinha acabado-

uns fragmentos da semana

Há uma coisa muito louca perpassando esse mundo frenético e esses corações pulsantes. Há várias coisas. Tá tudo tão revirado, e é tanto tudo, que nem cabe no papel.



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Respirando ora flores com pitadas de cânfora ora ladrilhos obscuros que rasgam as narinas. Respirando sem saber de onde nem para onde. Diria que minha respiração tá quase se mimetizando com meu pensamento. E sinto dizer, mas estou parando de respirar.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

dezoito



Ouça ao ler o texto a baixo (ou não leia): http://letras.mus.br/red-hot-chili-peppers/546774/traducao.html 


Dancei a noite toda, com a pulsação tão forte quanto o amor que tenho dentro de mim. Pulei e soltei-me de todas as amarras internas, o passado que acorrenta, a vida que rompe e aí, no meio das lágrimas dói demais levantar... Mas os dias vão passando, outras pessoas vão chegando, e amor passado, vira só lembrança bonita, ou uma cicatriz, daquelas que sai sangue e depois mimetiza-se em uma marca corporal. Diria eu, que hoje as palavras são tantas, pois propulsa tanta sensação aqui dentro, que eu nem sei bem como organiza-las. Ainda assim, vejo que, mesmo com esse mundo doido, com todos os pesares, tem-se amor. E ele é tão grande. Tão verdadeiro dentro de mim. Sinceramente digo, que ontem, ao sentir o cansaço, vi que estava viva, sentia a pele como faíscas que tem muito a conhecer. Depois de uma noite toda, entre corpos e pensares, meus olhos me mostraram que apenas queriam enxergar sinceridade daqui pra frente, as mãos diziam-me que podem alcançar o que está longe e a mente -sábia parte humanizada- me disse de mansinho: Calma dona moça, que a dor tá passado, e tem tanto a se viver. Foram 18. 18 anos. Poderiam ser 100, ou 5, duas idades que me apetecem. Mas são dezoito. Intactos e verdadeiros. Cheio de lembranças, de amores e desamores, de experiências e arte. E, artisticamente digo ao mundo: Viva.