domingo, 28 de agosto de 2011

Por ali.

Vejo a vida a olho nu, pássaros gorjeiam, árvores sorriem, crianças nascem ao mesmo tempo que as flores murcham- pois assim a própria natureza determina. É domingo, comércio fechados e o lixo das ruas fica mais evidente, porém, o sol fúlguro como está, encobre as imperfeições do mundo e sua luz jorra vida, enquanto o vento lança paz. E os dois juntos completam-se e fazem desse domingo um sorriso de alguém.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Momentaneamente, só .

Raiva de um completo sentido que faz com que os passos estraguem e rompam com a construção inexistente. Traços riscam fortemente as paredes, e fazem um som insuportável, como gritos em um dia de chuva, chuva essa que não passa. O sol pede para ficar fechado e as nuvens insistentes como são tapam tudo e atrapalham o caminho que eu desejava seguir.
E tudo foi perdido, e o problema é que talvez não haja possibilidade alguma de começar novamente... O que nunca começou.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

(...) aurora















A aurora do dia, é exatamente isso que vejo agora.
Pedaços entrelaçados de sons, cores, vidas.
É como se dentro de um andaime tivesse vários transeuntes, cada qual com seu objetivo. E o meu? Qual é meu objetivo?
O sol encobre minha face e ilumina ligeiramente parte dos meus fios de cabelo emaranhados, e procuro no ápice dessa luz uma resposta , um procura ou até mesmo um achado. É, acho que achei.


[um fragmento de pensamento]

Árvores de inverno.


















obs: Leia ouvindo a música do link a seguir:
http://letras.terra.com.br/the-beatles/95/traducao.html#selecoes/95/
De preferência alto.

Rua tomada pela calmaria e a mocinha com sobretudo vermelho anda tão calmamente quanto o ambiente da rua. O sapato bate no chão fazendo um som compassado e a frescura do local lhe afrigiam até o último fio de cabelo, ela ouve Beatles e pensa no que sente, é como se a música tocada tomasse conta do seu ser e lhe respondesse todas as questões irrespondíveis, mas será verdade? Fita as árvores, árvores de inverno - pálidas e distantes, mas ainda assim vivas. E imagina o quão privilegiada é por ter aquelas árvores em frente a sua casa, e pensa se elas também lhe darão respostas. Não consegue acreditar que está novamente deixando o sentimento tomar conta de tudo, sempre. Sempre assim. Mas é como se ele preenchesse todos os vácuos existentes em seu coração, e dessa forma adquirissem uma vontade própria , sim : Sentimentos dominando o homem. E naquele momento os sentimentos queriam gritar para o mundo, queriam romper o silêncio da rua , queriam ser tudo. E conforme ela andava e ouvia sua música eles divagavam junto a garota, confusos como são entrelaçavam-se aos pensamentos dela e perdiam-se de tão veementes que eram, e insistentes também, eles falavam em seu ouvido: É isso. Isso mesmo.
Mas por um momento ela não suportou mais, aumentou a música e deixou gritar das entranhas de seu ser, o tão oculto: Estou apaixonada.
E as árvores de inverno responderam com o vento: Ou não.

sábado, 20 de agosto de 2011

Sexta-feira



Tudo para. Os carros andam, as luzes acesas permanecem acesas. O revérbero me separa de tudo e e sua concentração da luz externa recrudesce a cada minuto que não passa. As únicas que andam são as buzinas -descontroladamente barulhentas. Em torno das seis horas da noite São Paulo para para mim, e observando-o percebo o contraste de um céu de várias tonalidades de azul, pondo-se a escurecer com o barulho dos ensurdecedores carros. Trânsito intenso, corpo cansado, mente aberta e alma limpa.
Vejo os transeuntes a andar pela calçada, uma sexta feira qualquer, mas nem tão qualquer assim, porque afinal nenhum dia é qualquer, cada dia possui uma linearidade única, é como se nossos passos formassem o dia; mas não se esqueça que o calçado se desgasta com o tempo.
O calor toma conta do ambiente, o ônibus está mais abafado do que nunca, vejo que os parágrafos aqui não fazem sentido juntos e nem possuem uma ligação lógica, mas isso traduz exatamente o pensamento de uma pessoa que sente como se o mundo tivesse parado para ela, para que ela o espiasse minuciosamente e tirasse todas as conclusões possíveis e impossíveis.
Quantas pessoas nesse momento nascem? Quantas morrem? E quantas dançam, comem, amam? Gostaria que nesse momento alguma pessoa do mundo estivesse como eu, dentro de um ônibus colocando seus devaneios em um papel e tentando sentir assim, sem anseios ou pretensões o ar fresco de uma sexta-feira a noite, uma sexta feira que se desfez do relógio e parou... Só para ser observada. Porque ela , minha gente, também precisa de atenção.