sexta-feira, 19 de abril de 2013

http://letras.mus.br/mariana-aydar/1460526/


''Eu não escrevo pra ninguém e nem pra fazer música
E nem pra preencher o branco dessa página linda
Eu me entendo escrevendo
E vejo tudo sem vaidade
Só tem eu e esse branco
Ele me mostra o que eu não sei
E me faz ver o que não tem palavras
Por mais que eu tente são só palavras
Por mais que eu me mate são só palavras''

segunda-feira, 15 de abril de 2013



"Que nada nos defina, que nada nos sujeite, que a liberdade seja a nossa própria substância".

Que possamos andar nos jardins que aparecem por aí quando nos dispomos a acordar e ir ver o sol-nascer, que possamos dançar até doer os pés e cantar francês, irlandês e tudo que vir pela frente! Que se tenha força pra dizer não, e coragem de dizer sim. Que lutemos, por um mundo melhor. Que falemos clichês tão bobos e sinceros como esses aqui, pra que assim, solte-se todas as amarras moralistas e rotuladas num mundo que pulsa tão rápido que não consegue parar pra ver, pra respirar e pensar. Que coloquemos as bocas no trombone, como diria minha mãe. Saiamos às ruas, ocupemos as praças. Saudemos aqueles que vemos todos os dias, ou até mesmo, um mero transeunte que esbarra por ti num dia de metrô-cheio. Que se possa dizer o que se pensa, sem ser julgado por argumentos vis, que aprendamos com o outro e se perceba que todo mundo tem um tico a acrescentar, que se conheçam essências, e amores e que até nos desamores a gente viva. Mundo, podemos viver? Vamos lá, fazer um pacto de confiança e deixar as vergonhas de lado. Dance, pule, cresça! Ria e lembre-se dos seus dias de infância, das histórias contadas e imaginação a flor de pele. Lembre-se também da pré-adolescência, do primeiro beijo... Depois, do primeiro amasso. Das mordidas e carícias. Das madrugadas bem vividas ao lado de alguém. Grite muito, quando precisar. Desapareça quando bem entender. E ame, ame muito.

E se possível, entenda, que todos, todos têm necessidades.

domingo, 14 de abril de 2013

Amorando.


Um. Dois. Três. Escrevo. Ponto. Paro. Suspiro. Ah, mas que loucura, não? Essa reviravolta louca aqui de dentro, um medo pulsando, com medo de sentir coisa boa novamente. Sim, medo de sentir coisa boa, e sofrer tanto quanto... É, antes. Agitação corporal, como se tudo tivesse nascendo, como se eu olhasse pra fora e conseguisse ver nas árvores do outro lado da rua, um singelo e mistico jeito de ouvir um: Vamos, menina nova, vamos andar.
Que tem muito pra se ver! Pra sofrer, pra amar, pra dançar entre os ladrilhos de novas casas, e dias de café, e de chuva, e de sol com pitanga. Descanso. Descanso na confusão acelerada que me fez escrever. Descanso no pé de amora, que tem aqui do lado, que por mimetismo mental , eu criei, e ela existe, desde que conheci você, e hoje, hoje eu consigo olhar pra ela, e vê-la como uma árvore bonita dos meus sonhos passados. Passados. Passado! Passando. E eu sempre vou olhar pra ela, quando o sol estiver nascendo, e pedir bem baixinho: Espero que ele esteja bem. Porque eu amei ele tanto. Tanto, que ele nem sabe. Cuida dele pra mim, cuida. Cuida com o carinho que eu tenho aqui dentro.

Mas hoje, hoje eu tô saindo pra ver se nasce nova árvore, quem sabe, de amoras mais duráveis.

sábado, 13 de abril de 2013

Pass(ando).



Ao ler, ouça: http://letras.mus.br/paulinho-moska/125486/

''Vamos acordar
Hoje tem um sol diferente no céu
Gargalhando no seu carrossel
Gritando nada é tão triste assim''

Ai que delicia, que delicia gente nova, sabor de fruta mordida. Tudo bem novinho, recomeçando num bailado primário, nascendo pós-dor, pós muita dor. Delicio-me com essa sensação de que tá passando, de que tá fluindo e floreando, daquelas cores antigas e gostos passados, das dores posteriores a dias de amor. Gostaria de dizer nessa manhã nublosa que eu tô viva, como nunca estive antes. Os pés cansados depois de três horas e meia de teatro, o corpo dançando ainda a dança contemporânea da rotina de todas as minhas semanas, o céu olhando pra mim e de mansinho dizendo: Calma, alma. Calma. 
Calada, no canto do meu quarto, com calças largas e mangas compridas confortavelmente pensativa, digo que estou bem. Estou bem por mim. Não mais por nós. Porquê... Nós? Que nós? Nós passou. Nós, acabou. Nossa noção nociva depois de amar. Nós, hoje, é apenas n, o acentuado e s. Pois hoje digo, que o tava mais pra nó do que pra nós, e por firmeza interna, aos pouquinhos, com ajuda dos sorrisos e dos meus viveres diários, permiti-me dizer que: Eu, basta. Eu tenho me deliciado com o que de fato, me faz bem. Prefiro eu e os tantinhos de coisas boas , como essa manhã, do que nós pela metade. Fica bem. Fica bem e um dia, lembre da gente. Como algo bom que... 

Fim.

terça-feira, 9 de abril de 2013

sobre amor


As palavras estão trancadas, estão querendo ar, mas por descuido próprio, escondi-as de ti, por pensar mais em você do que em mim. Palavras respiram na liturgia diária que me leva a escrever, porém, respiram pra dentro, têm tanto medo de sair por aí, de soltar-se, de dizer o que sentem. Porque elas, até elas, sofreram. Até elas calaram, diante de tanta confusão. As pálpebras dos meus escritos fecham-se a cada vez que penso em dizer algo sobre você. Sobre cortejos de verão e beijos na chuva. Sobre isso sobre aquilo. Sobre abdicar um pouco, pelo outro. Sobre sentir que vale a pena. Ah, Deus, rogo-lhe epifanias literárias! Quem sabe assim mergulhada no tempo da saudade e no tempo que ora pulsa felicidade, ora, no breve espaço do lembrar, traz-me tristeza. Quem sabe mergulhando-me cada vez mais nas cálidas palavras que procuram por paz eu pare. E pense que para seguir , basta ser forte, tão forte como fui a seguir junto. Forte ao entender, que uma hora, finda. Afaste-me de mim a solidão narcótica dos vivos, que possa eu, viver só, mas sentir-me inteira. Que possa viver o outro, viver o eu, viver o nós. Que eu possa viver! Permite-me? Me ajude, ao menos, a te deixar. A esquecer os dedos nadando no sexo da flor, as mãos purpuras da pele real, pele que cola no corpo do outro e não larga mais. A esquecer que devo esquecer, e simplesmente, conseguir com a mesma força que me fez tentar, largar.