domingo, 30 de maio de 2010

Cegos.


Fico impressionada em como o mundo está cego em relação a tudo, cego em relação ao próximo, em relação à pobreza, a natureza, em como o mundo está cego em relação ao próprio mundo.

Estou cansada de viver em um mundo individualista em que o que importa é o seu próprio umbigo e nada mais, um mundo em que preferimos colocar o fone no ouvido a dar um bom dia ao cobrador do ônibus.

Preferimos pagar pelo insufilme do carro, pelo condominío fechado, pelo segurança particular para não sermos assaltados ou não corrermos perigo.

Estou cansada de pessoas que dizem que pobre é pobre porque quer.
Estou cansada de pessoas que moram em um prédio e chama o vizinho de : 'ah, o seu nome? É o cara do 350.'

Estou cansada dos padrões de beleza, de termos que pagar por tudo.

De trilhões de coisas não serem acessível a mais que a metade da população.
Da decadência musical.
Da destruição da natureza e de não percebermos que estamos dretuindo-nos.

Estou cansada...

Estamos cegos. E é melhor começarmos a enxergar.

Ou ao menos, usarmos os outros sentidos.

Palavras pausadas, fragmentadas, cortadas.


Não sei porque, mas hoje sinto um vontade imensa de escrever algo. Porém, não sei o que escrever.

Hoje há uma conturbação de coisas lá dentro, querendo sair, mas a válvula de escape anda falha.. Procuro palavras, verbos, para me expressar , mas cadê? cadê?

Ontem a noite sonhei com você, falaria para qualquer um que acordei assustada, mas no fundo , não foi bem assim.. hm Eu sei que não.
Mas no fundo eu sei que nunca daria certo, não mesmo. Definitivamente, não daria.

Hoje minhas palavras estão pausadas, fragmentadas. Oh, céus, detesto tudo isso.

Ouço Quelqu'un m'a dit da Carla Bruni, descobri como amo fracês, queria ir para frança, passar um dia , um ano lá. Ah, realmente queria, largar tudo nesse exato momento e ir para lá.

Observo as ruas, as guerras, as pessoas, é tudo tão triste, sinto vontade de criar um lugar melhor, em que não exista pobreza, triteza, em que cada um possa fazer o que bem entenda com consciência, em que as flores sejam lindas todos os dias e não só na primavera, em que cada um encontre o amor, ame, viva, em que tenhamos dias melhores, em que possamos tocar as nuvens, em que eu possa escrever uma post como essa, sem começo meio e fim e não seja criticada, ou que as pessoas entendam que hoje eu simplesmente quero jogar as palavras no papel, em que nem tudo tenha um porque e apenas o fato de acontecer justifique as coisas, em que nós sejamos menos hípócritas, em que nem tudo seja por um fim lucrativo , em que não tenhamos um governo imbecil, em que como Cazuza diz, nossos sonhos não fossem vendidos, nem as ilusões perdidas e em que nossos inimigos não estivessem no poder ,em que em dias como hoje eu conseguisse me expressar com clarezada e exatidão...

...no fundo em que se possa viver bem, apenas isso.

Às vezes eu queria mudar o mundo.