sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

escuta,

eu te amo

no verso

de todos os poemas

que eu puder escrever.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015



Meu coração escorre pelo crânio, desce ao rosto e cobre as pálpebras cansadas do mundo corrido. Agita, sacode, encolhe: pequenino fica ali de soslaio observando tudo à fora. Aquele mundo gigante onde ele não cabe. Meu coração não cabe no mundo e o mundo não cabe em mim. E as palavras ficaram tão longe por tanto tempo que o coração quase parou. Não sei mais escrever. Não sei mais controlar. Ele desce, chupa-me os seios. Agarra meus braços. Abraça meu corpo. Meu coração torna-se olhos escancarados de medo da vida. Pulsa ansiedade, doença proibida em caso de famílias conturbadas e mães que não olham delicadamente pro filho e o afeto... Rompe.
Rompe-se tudo na conturbação que um coração gigante faz. As linhas do texto não são pra fazer sentido. São a única forma que tenho de cuspir cada sentença interna que percorre meu corpo.
Beija-me, oh coração! Beija-me de leve pra que o caos finde e a vida pare de correr. Abra seus braços e me ajude a fazer você caber dentro de mim. Não fuja. Não corra. Estamos juntos, não?
Eu só queria poder sorrir baixinho e te ter na calmaria. Mas você explode em sangue provindo das artérias que respiram freneticamente, corre dentro de mim, canta dentro de mim, grita dentro de mim. Coração, calma. Caiba aqui preu conseguir caber no mundo, por favor. 
Me ajuda a equilibrar na corda bamba que somos nós dois.
Me escuta.
Me esquenta.
E sem movimentos caóticos
tenha a doçura
de sempre ficar.