sábado, 24 de dezembro de 2011

Cataventos finais.


Estava lá sentada, os grãos de areia tocavam-lhe os pés, o vento leve como uma brisa inebriam em sua face, seu tio que tinha síndrome de down estava estava ao seu lado cujos olhos brilhavam e refletiam uma alma sincera, foi quando ela lhe perguntou:

- O que se faz quando se está triste?

E ele lhe disse afagando a alma da menina:

-Não se faz nada. Só olhe para o mar.

Então ela olhou, fixamente, e via as ondas indo e vindo como um balaio ensaiado, pensou no ano que estava acabando, em tantas coisas vividas, boas, ruins. Mas será que podemos definir mesmo? Não é fácil se ter a certeza de que algo é realmente bom ou ruim. Talvez seja uma mistura de tudo isso, de sentidos. Pensou em tantas pessoas que participaram de sua vida, umas que permaneceram e outras que foram embora tão rapidamente mas deixaram um rastro.

Lembrou-se então dos cataventos, que tinha visto em uma tarde não muito distante, eles giravam, mas era o vento que comandava a velocidade, por ora eram rápidos e outrora paravam, como a própria vida, emitiam suas cores, um mistifório de vivacidade, e eram vários deles sobre a grama verde e intensa. Ao mesmo tempo pensou nas luzes de natal, e imagens foram perpassando sua mente, as luzes de natal... Remetem-nos a tanta coisa, talvez hipocrisia familiar, capitalismo em seu auge comercial, mas ao mesmo tempo, não tem como dizer que o espírito de natal não existe. Por mais simbólico que seja, no natal sentimos que o ano está acabando, por ora nos dá uma grande nostalgia mas ao mesmo tempo as coisas parecem mais claras, é como se conseguíssemos pensar no ano que passou e realmente dar relevância à algumas coisas. É tudo tão rápido como os cataventos citados acima, e se não pararmos como eles e obedecermos ao vento, tudo vira uma conturbação de sentimentos. Precisamos respirar. Respire fundo, sinta o ar entrando nos pulmões e saindo, você está vivo. Sim, estamos vivos. Juntos ou separados, estamos vivos. E isso não é suficiente? Que o ar límpido de seus pulmões traga paz pulsante para o novo ano que está nascendo. E só peço que comigo ou sem mim, vivam. Mas desejo intensamente que seja comigo.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

palavras mal-formuladas

Estou cansada da incompreensão das pessoas quanto a minha pessoa, será que é tão difícil entender que eu gosto do completo do louco do insano? Eu gosto do certo junto ao incerto, gosto do veneno mais amargo e da fruta mais doce, gosto da irreverencia em seu ápice.
Gosto de sentir. De falar, de expressar. E não importa, sempre falarei, escreverei da maneira mais torta, mas mais bonita que eu conseguir... Não espere que eu diga mentiras, muito menos que deseje seu mal, eu desejo o amor acima de tudo.
Não sou esteticamente dentro dos padrões impostos pela sociedade, eu choro desenfreadamente e rio tanto quanto. Eu abro, desencaixo e grito. Eu vivo.
Não espere que eu vá dizer não quando você precisar da minha ajuda, muito menos que deixarei de tentar o máximo criar um vínculo profundo, espere amizade.
Não gosto de hipocrisia, mas no fundo, sei que todos somos hipócritas, mas não espere que eu deixe isso e de lado e não tente mudar.
Não quero conclusões fáceis, admirações levianas, quero o completo, o literal, o verbo viver.
Não finja que se importa quando não se importar, nunca, acima de tudo, seja sincero.
Sou louca, imperfeita, tento ser politicamente correta e faço muito burrada, quebro a cara, procuro ombro amigo e dou abraços.
Sou sensível, amo flores irremediavelmente, cobro muito, sou perfeccionista... Tanta coisa.
Não ligo se me chamam de velha por usar flores, muito menos por gostar de MPB.
Que as invariáveis palavras soem como a poesia em sua boca, que você possa ouvir, falar e acima de tudo enxergar o brilho da pessoas.

sábado, 26 de novembro de 2011

Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.

Clarice Lispector.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011



















Eu hoje tive um pesadelo e levantei atento a tempo
Eu acordei com medo e procurei no escuro
Alguém com seu carinho e lembrei de um tempo
Porque o passado me traz uma lembrança
Do tempo que eu era criança
E o medo era motivo de choro
Desculpa pra um abraço ou um consolo
Hoje eu acordei com medo, mas não chorei
Nem reclamei abrigo
Do escuro, eu via um infinito sem presente
Passado ou futuro
Senti um abraço forte, já não era medo,
era uma coisa sua que ficou em mim,
que não tem fim
De repente a gente vê que perdeu
Ou está perdendo alguma coisa
Morna e ingênua
Que vai ficando no caminho
Que é escuro e frio, mas também bonito
Porque é iluminado
Pela beleza do que aconteceu
Há minutos atrás

Cazuza - Poema

O capitalismo é uma corrida.

por Inaiara Gonçalves e Rafael Magalhães

O capitalismo é uma corrida. Estamos sempre buscando desenfreadamente por novas técnicas, para assim obtermos um sucesso profissional ou até mesmo pessoal. Estamos sempre à procura de sermos melhores que os outros, e nos destacarmos em meio a todo esse sistema. A questão é que isso já está impregnado na sociedade, a própria ideologia criada pelo sistema estigmatiza isso na gente. E a partir do momento que pensamos só em um desenvolvimento próprio em relação às coisas chegamos ao ponto principal: O individualismo.

O capitalismo só é compatível com a liberdade individual, a propriedade privada dos meios de produção, visando assim objetivos de uma só parcela da população. Não tem como o sistema beneficiar todos, se seu principal objetivo é individualizar tudo. E então acabamos criando duas classes principais da economia capitalista: O proletariado e a burguesia. E é exatamente isso que acontece, o isolamento de pessoas, a individualização de soluções, e tudo isso beneficia o próprio burguês, que está sempre tendo lucro com a situação.

Mas como o ser humano chegou a ser tão individualista? A verdade é que o Capitalismo cria um ambiente favorável a isso. Aprendemos desde criança quando nascemos que o natal é a época de ganhar presentes, até o aluno de ensino médio de que deve estudar bastante para ter um futuro bom e um ótimo emprego (em parte isso é verdade, claro), no entanto, esse individuo quando pronto é jogado contra outros para disputar por um mesmo objetivo (poder aquisitivo) , iniciando um jogo de sobrevivência para ver quem se destacará, e ai que entra a ideologia capitalista de que o individuo deve progredir social e economicamente, não importando os artifícios que irá usar, ou caso não consiga será simplesmente descartado.

Muitos acabam aceitando o que lhe é imposto e se acomodam a ideologia, passando a agregar as próprias características capitalistas à sua visão de vida. E o que acontece? O sistema acaba manipulando o próprio ser-humano a acreditar que está tudo bem, a ter a ideia superficial de que ‘’pobre é pobre porque quer’’, a tornar-se cego e não perceber que a pessoas morando de baixo da ponte, a acreditar que ele não tem um dedo de culpa nisso e que é tudo culpa do governo, porque o sistema proporciona isso. Porque o sistema é movido pela própria desigualdade.

“O dinheiro é a essência alienada do trabalho e da existência do homem; a essência domina-o e ele adora-a.”

Karl Marx.

O ponto crucial está ai, criamos uma essência alienada. Nos tornamos meros fantoches de um sistema. E então, o homem rompe com os seus princípios e a essência, a real essência humana esvai-se.

domingo, 6 de novembro de 2011

Vivamente morta.


"Somos mostras e amostras (...)" Teatro Mágico.

Senhora de idade, cerca de uns 75 anos, fios brancos como pétalas de rosas caiam e escorriam até a nuca, nem lisos nem enrolados, eram diferente dos outros fios, estavam ali porque nasceram ali e morrerão ali, simplesmente, e não para se exporem comparativamente aos outros cabelos. Os traços da velhice eram evidentes envolta de seus olhos - mas esses ainda vivos mostravam ao mundo o introspectivo de uma alma que lutou e cantou a cada vitória, e nas perdas declamou Lispector. Trajava um vestido branco que usava desde a juventude, ele era rendado e delineava seu corpo marcando os traços pungentes de sua adolescência, os pés estavam descalços, as mãos leves e finas sob a colcha de retalhos. Em seu semblante pairavam as lembranças da infância, as cirandas, os beijos ingênuos, os olhares cálidos de frescor. Sua boca ladina e levemente sorridente evidenciavam os amores da vida inteira.

Ela estava diferente do mundo, não era massa moldável nem amostra exposta, era altruísta, falsidade estava longe, paz permeava seu ser. A janela em cima da cama estava aberta, o sol brilhava como nunca o azul do céu era límpido. Um sorriso abriu-se em minha face no mesmo segundo que uma lágrima escorreu. O quarto era isento de obscuridade. Fitei-a por inteiro, ela era minha mulher, lindamente graciosa e distante... Estagnada, morta, porém, mais viva do que nunca. Era minha, e agora de um mundo desconhecido.
A luz entrou e pairou em cima dela, foi quando eu percebi que doía. Doeu demais.
E em sua lápide havia o inscrito: O sol pairou aqui, a chuva veio, e o escuro resplandeceu.

sábado, 29 de outubro de 2011

Apartado.


Ela estava vulnerável a tudo que via e ouvia, estava descalça e nua, o sol queimava-lhe a pele e a chuva banhava seu rosto e ela nada podia fazer, seus pêlos arrepiavam-se e os longos cabelos encaracolados era a única coisa que cobria-lhe a pele; enxergava e ouvia tudo nitidamente e aquelas imagens e sons cortavam-lhe os pulsos, e as lembranças rodeavam seu corpo, sentia cada sussurro que foi dito em seu ouvido, ora sorria, ora lágrimas escorriam em sua face, perdida em si mesmo adoecia a cada suspiro, suas pernas tremiam e sua mente revivia o tempo de outrora.

Chovia e fazia sol, enfraquecia e fortificava-se, sua boca estava seca e fria, tinha sede de amor. A chuva ia aumentando e ao mesmo momento o sol abria cada vez mais, identidades perpassavam-lhe o coração, os rostos entrelaçavam-se com as frases e promessas não cumpridas.

Seu corpo não aguentava mais a falta de algo que lhe vestisse a alma e alastrasse seu corpo... Foi perdendo os sentidos e seus pés foram escorregando até que quando estava prestes a calar-se por dentro, sentiu algo lhe segurando, a mão roçava sua nuca e a outra delineava seu corpo, não via seu rosto mas sentiu seus lábios intensos e pungente, sugavam sua fraqueza e sediam-lhe vida, seu corpo junto ao dele era um só, ela procurava os olhos que um dia tragaram-lhe tudo, olhar que roubava seus sentidos e dissimulava verdades, mas nesse momento não os encontrava, a cada segundo que os lábios contraiam-se aos dela a cor ressurgia em seu corpo e foi nesse momento que ela viu seus olhos cor de mel afastando-se, e então percebeu que ele não estava pela metade como um dia esteve, que ele não estava por inteiro como um dia ela sonhou e sim estava lhe dando Adeus.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Clichê verdadeiro.

Eu observo tudo a minha volta e percebo que a cada dia que passa as pessoas vão mudando cada vez mais, prometendo verdadeiramente cada vez menos, e indo embora. Pergunto-me entre tantas pessoas que conheço, quais realmente irão permanecer? Quais fizeram realmente diferença em minha história? Sinto medo. Medo de perder elas. Aquelas que sorriem para mim todos os dias sinceramente e que mesmo com os meus defeitos, me acolhem, me seguram quando estou caindo. Essas sim, eu sentirei falta. Porque eu sei que um dia tomaram seus caminhos, e estarão longe. E então, quando isso acontecer, quem eu vou abraçar? Tenho receio do tempo, gostaria de controla-lo, para que assim o vento soprasse quando eu quisesse e as folhas caíssem quando eu bem entendesse. Mas não sei se teria a mesma graça, talvez tenhamos que mesmo nos agarrar ao tempo que possuímos com essas pessoas especiais, e viver os momentos que ainda nos restam. Sinto que falo como se fosse morrer amanhã, mas quando olho para essas pessoas hoje é como se a cada dia eu fosse perdendo-as, não quero que olhar delas se dissipe com o tempo, nem que o sorriso se corrompa. Eu quero elas por inteiro, quero elas pra sempre. Mas o pra sempre, sempre acaba.

Pois então, como não as terei para sempre, peço a elas que hoje seja o sempre. E mesmo sabendo que tudo isso aqui é um tanto clichê, eu deixarei os clichês tomarem conta de tudo, porque às vezes é necessário simplesmente dizer, mesmo que de uma forma nem um pouco inovadora, dizer como você as ama.

sábado, 1 de outubro de 2011

Iluminada.

[Peço-lhe que ouça a música a baixo enquanto ler o texto:

Não sei como começar.
As palavras fogem de minhas mãos e atrapalham-se em meus pensamentos. O sol de meio-dia encobre minha face e seus raios me cansam o corpo, porém, eles possuem uma vivacidade única, e só escrevo aqui hoje por pedido deles, é como se a luz intensa e quente existente neles me aguçassem a desdobrar palavras que andavam tão distantes do meu ser.

As atividades pragmáticas consomem minha energia e tem de certa forma vetado os meus sentidos literários, e o sol não só de hoje mas de todos os dias tem aspirado meus pensamentos e descobrindo aos poucos o quão desordenados eles estavam.
Todos os dias sorvendo minhas energias e renovando-as. Talvez esteja difícil para você imaginar como o sol foi capaz de tudo isso, mas para entender basta sentir como eu.

Agora resta-me todos os dias difundir meus pensamentos aos seus raios e obter a troca mútua de carícias... Enquanto ele traga meus pensamentos e cria uma redoma de calmaria, eu recebo os seus raios inebriantes, afago-os e como quase ninguém faz: Agradeço por existirem.
Pois é disso que eles precisam, de alguém para lhes dizer o quão importante eles são para o mundo.
Por onde anda?
Os passos resolveram encobri-lo.
Eu fui desarmada.
E o que resta?
Um vácuo pedindo para ser preenchido por outrem.
Descalça os pedregulhos machucam-me e não resta-me nenhuma maneira de traze-lo para perto.
Sem saída, sem entrada.
Nem meio, nem fim.
Começo? Ora, é o que procuro.

domingo, 28 de agosto de 2011

Por ali.

Vejo a vida a olho nu, pássaros gorjeiam, árvores sorriem, crianças nascem ao mesmo tempo que as flores murcham- pois assim a própria natureza determina. É domingo, comércio fechados e o lixo das ruas fica mais evidente, porém, o sol fúlguro como está, encobre as imperfeições do mundo e sua luz jorra vida, enquanto o vento lança paz. E os dois juntos completam-se e fazem desse domingo um sorriso de alguém.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Momentaneamente, só .

Raiva de um completo sentido que faz com que os passos estraguem e rompam com a construção inexistente. Traços riscam fortemente as paredes, e fazem um som insuportável, como gritos em um dia de chuva, chuva essa que não passa. O sol pede para ficar fechado e as nuvens insistentes como são tapam tudo e atrapalham o caminho que eu desejava seguir.
E tudo foi perdido, e o problema é que talvez não haja possibilidade alguma de começar novamente... O que nunca começou.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

(...) aurora















A aurora do dia, é exatamente isso que vejo agora.
Pedaços entrelaçados de sons, cores, vidas.
É como se dentro de um andaime tivesse vários transeuntes, cada qual com seu objetivo. E o meu? Qual é meu objetivo?
O sol encobre minha face e ilumina ligeiramente parte dos meus fios de cabelo emaranhados, e procuro no ápice dessa luz uma resposta , um procura ou até mesmo um achado. É, acho que achei.


[um fragmento de pensamento]

Árvores de inverno.


















obs: Leia ouvindo a música do link a seguir:
http://letras.terra.com.br/the-beatles/95/traducao.html#selecoes/95/
De preferência alto.

Rua tomada pela calmaria e a mocinha com sobretudo vermelho anda tão calmamente quanto o ambiente da rua. O sapato bate no chão fazendo um som compassado e a frescura do local lhe afrigiam até o último fio de cabelo, ela ouve Beatles e pensa no que sente, é como se a música tocada tomasse conta do seu ser e lhe respondesse todas as questões irrespondíveis, mas será verdade? Fita as árvores, árvores de inverno - pálidas e distantes, mas ainda assim vivas. E imagina o quão privilegiada é por ter aquelas árvores em frente a sua casa, e pensa se elas também lhe darão respostas. Não consegue acreditar que está novamente deixando o sentimento tomar conta de tudo, sempre. Sempre assim. Mas é como se ele preenchesse todos os vácuos existentes em seu coração, e dessa forma adquirissem uma vontade própria , sim : Sentimentos dominando o homem. E naquele momento os sentimentos queriam gritar para o mundo, queriam romper o silêncio da rua , queriam ser tudo. E conforme ela andava e ouvia sua música eles divagavam junto a garota, confusos como são entrelaçavam-se aos pensamentos dela e perdiam-se de tão veementes que eram, e insistentes também, eles falavam em seu ouvido: É isso. Isso mesmo.
Mas por um momento ela não suportou mais, aumentou a música e deixou gritar das entranhas de seu ser, o tão oculto: Estou apaixonada.
E as árvores de inverno responderam com o vento: Ou não.

sábado, 20 de agosto de 2011

Sexta-feira



Tudo para. Os carros andam, as luzes acesas permanecem acesas. O revérbero me separa de tudo e e sua concentração da luz externa recrudesce a cada minuto que não passa. As únicas que andam são as buzinas -descontroladamente barulhentas. Em torno das seis horas da noite São Paulo para para mim, e observando-o percebo o contraste de um céu de várias tonalidades de azul, pondo-se a escurecer com o barulho dos ensurdecedores carros. Trânsito intenso, corpo cansado, mente aberta e alma limpa.
Vejo os transeuntes a andar pela calçada, uma sexta feira qualquer, mas nem tão qualquer assim, porque afinal nenhum dia é qualquer, cada dia possui uma linearidade única, é como se nossos passos formassem o dia; mas não se esqueça que o calçado se desgasta com o tempo.
O calor toma conta do ambiente, o ônibus está mais abafado do que nunca, vejo que os parágrafos aqui não fazem sentido juntos e nem possuem uma ligação lógica, mas isso traduz exatamente o pensamento de uma pessoa que sente como se o mundo tivesse parado para ela, para que ela o espiasse minuciosamente e tirasse todas as conclusões possíveis e impossíveis.
Quantas pessoas nesse momento nascem? Quantas morrem? E quantas dançam, comem, amam? Gostaria que nesse momento alguma pessoa do mundo estivesse como eu, dentro de um ônibus colocando seus devaneios em um papel e tentando sentir assim, sem anseios ou pretensões o ar fresco de uma sexta-feira a noite, uma sexta feira que se desfez do relógio e parou... Só para ser observada. Porque ela , minha gente, também precisa de atenção.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Manchas.

As manchas de batom denunciam, mancham e desmancham. Vejo minha boca com o batom de um rosa intenso e imagino o que as marcas causariam. A mácula de uma cor, ou de uma boca simplesmente. Mas não são só as manchas de batom, são as manchas da nossa vida. Manchas que borram e enfeitam. Colorem e descolorem. Queria nesse momento, manchar tudo, com várias cores, para que de algo intacto formasse um quadro de manchas, claras e escuras, feias e bonitas. Ao invés de apagar eu colocaria uma mancha em cada coisa que desejasse tapar, e as que eu desejasse ver colocaria uma mancha do mesmo jeito, para que assim no final não pudesse ver nada, a não ser manchas de vários tons. Têm momentos que gostaríamos que tudo fosse apagado, mas cansei de tentar apagar as coisas, prefiro nesse momento refaze-las com manchas.

E eu vos digo, novas machas acabaram de surgir, permeando minha vida de uma maneira tão estranha que nem consigo definir. Certas manchas me dão medo, de tão desconhecidas que são, mas intrusas já mancharam sem que eu vos pedisse. Mas de certa forma, são manchas tão interessantes de se ver, sentir, ouvir. Sim! Manchas falam! E como falam. Falam com seu enodoado, e nesse momento não coloque mancha como sinônimo de sujeira e sim de pureza. Porque elas purificaram, e eu lhes peço: Limpem, façam e causem.
Porém, algumas manchas são falsas, com o tempo somem ou logo que colocadas em água saem, essas eu retiro de cena, prefiro que não existam e que vão manchar a brancura de outra vida. Agora você, mancha nova, venha, fique e tome conta de tudo, manche-me por completo, e, por favor, seja uma mancha sincera.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Vontade.

Penso. Paro. Respiro. Existe uma vontade compulsiva de escrever, mas não tenho o que dizer, talvez eu tenha, sempre temos. Cansei de escrever sobre o que sinto, vocês não precisam disso, seria egoísmo meu escrever só para mim, mas em alguns momentos somos egoístas, fazer o que.
Poderia falar de tantas coisas aqui, mas não consigo. No momento só desejo escrever o que eu quiser, e que isso se desenvolva como bem entender. Que as portas abram e o vento sopre, e que o texto, parágrafo, como quiser definir isso , torne-se uma junção de sentidos, vontades. Porque na verdade é isso que surgiu, uma vontade imensa de simplesmente escrever. Não me julguem, e não esperem um texto bonitinho como alguns outros dizendo sobre o que sinto ou deixo de sentir. Nesse momento eu só digo, e ponto.

É incrível como toda vez que estou ouvindo música a vontade de escrever nasce do nada, floresce sem que eu peça. E foi isso que houve agora. Gostaria desse momento de conseguir simplesmente dizer algo relevante para vocês, mas não consigo, será que uma vez na vida posso escrever sem regras sem imposições? Permitem?
Obrigado.
Sabe, quando fiquei doente e internada, conheci pessoas incríveis, e percebi como era bom estar com pessoas que não me julgariam por dizer o que eu quisesse, pessoas abertas a brincar, sorrir. Sinceridade. É isso que busco nas pessoas, mas nunca encontro. Eu sou sincera demais, e prezo muito isso. Mas por que digo isso no meio desse texto? Não sei. Porque deu vontade.
Acreditem, hoje não estou boa com as palavras, ou melhor, quase nunca estou. Mas de qualquer forma, escrevo, porque quero.

Quero que essa paz de espírito não finde, quero que sejam felizes, apesar de tudo.

E entendam, porfavor. Todos têm necessidades.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Um texto inacabado

Estávamos em Paris, juntos. Quando uma garoa começou a cair... Olhamos um para o outro com um ar de desespero e resolvemos encontrar um lugar coberto. O problema é que ali não havia nenhum lugar coberto, RS A chuva engrossava conforme andávamos para fugir dela, como se ela nos perseguisse e quisesse nos dizer algo. Então começamos a rir, aquela risada sincera. Via em seu olhar, a felicidade.

Meus passos seguiam no encalço de Clair, chapinhando nas perturbações do caminho pedregoso — inumeráveis poças se estendiam diante de nós, um problema menos relevante quando tínhamos a fúria dos céus a nos despejar água gelada aos trambolhões.
A corrida infundada arrancou-me um bocado de energia e eu tive de parar. Molhado e enregelado até os ossos, não havia mais que fugir. — Espere, Clair! — E recostei, arquejante, numa parede próxima. O contato da pedra com minhas costas também geladas me provocou um tremelique, que foi logo acompanhado dum guincho. — Ah, quer saber? — eu disse, desvencilhando-me da construção e saltando da calçada, pronto a atrever-me bem no meio da viela — então deserta —, dando-me de todo à água celeste. — Como já estamos irreparavelmente molhados, que nos deixemos lavar por completo, não é? — Abri os braços a chamei-a com os dedos. — Venha!
Eu passei a caminhar paulatinamente sobre o chão irregular, sem sentir — ou, mais apropriadamente, sem me preocupar — os pingos que me rasgavam a pele, tão ardentes caíam.

Riamos para alto ainda, rodávamos acompanhando o vento, e deixávamos a chuva cair sem se preocupar com o resfriado que poderíamos pegar. Foi quando chegamos a um jardim, cheio de flores, eram lindas, permeadas por cores, sombras... E ele, em meio à chuva tornava-se mais bonito ainda, as gotículas caiam sob as folhas das arvores e eu me sentia tão bem, como nunca tinha me sentido antes. Era como se eu acabasse de entrar em um mundo subterrâneo, como Alice no País das Maravilhas. Como se eu e ele voltássemos a ser crianças, por um dia.

Era muito agradável o que o acaso nos reservava. Um jardim muito pomposo e diverso! Vi-me a sorrir dentro de uma pintura de Monet e, conquanto não houvesse sol, a paisagem parecia-me satisfatoriamente iluminada. Passeando entre uma sorte de flores que era um deleite, segurei o braço de Clair, pois ela caminhava com maior ligeireza — e, é certo, eu não desejava perdê-la naquela fatia de bosque. Encarando-a de frente, apontei para o caos de pétalas e cores. — De qual flor você gosta mais? — perguntei, eu próprio tentando encontrar minha favorita entre tantas belezas.

Sorri e disse — Gosto de todas. A coisa que mais amo nesse mundo são as flores. Sabe por quê? Porque elas não julgam ninguém e estão sempre abertas para serem tocadas. E você, querido? Hm Tem uma predileta?

Observando o local, olhei para o chão e encontrei um livro caído, tinha capa dura e preta, e era todo adornado com flores, mas engraçado, não possuía nada escrito dentro. Puxei-o para perto e disse: - Boris, o que é isso?!

Encarava as flores, absorto em suas sutilezas várias, descobrindo raridades a cada porção de espaço que o olhar varria. — De fato... Elas são bem gentis. — Sorri. Ante a pergunta de Clair, pus-me a ponderar por um instante sumário, no qual lancei as orbes por todo o entorno, como que para confirmar o que diria a seguir. — Gosto muito dos girassóis. — E apontei para um amontoado de flores amarelas ali perto. O contraste das pétalas solares com o centro negro era admirável... bem como o porte soberbo das flores. — São lindos, não?
Fui despertado de meus distantes devaneios a fitar girassóis com um chamado da garota. Levei alguns segundos para atentar para o que ela me indicava — um livro? Olhei para o objeto e quis pegá-lo. — Deixe-me ver... — Folheei-o sem interesse e o passei a Clair. — Hm, não deve ser nada importante. — Com um suspiro, volvi a atenção ao cenário.

Então o olhei com surpresa e disse - São raras as vezes que um livro não te interessa, Boris.

Observei o livro, estava realmente em branco, suas folhas eram antigas, mas possuíam algo de muito peculiar. Resolvi então fazer um pedido a Boris. –Boris, que tal escrevermos nele todas as nossas aventuras ou se preferir passeios por Paris, aposto que dará uma excelente história! O que acha?

Sorri e lhe passei o livro em branco, e completei: - Quanto aos girassóis, são lindos sim, é como se eles sorrissem para a gente, não? Queria lhe agradecer, por essa viagem maravilhosa que estamos tendo juntos. Hm

Virei-me bruscamente, afetando indignação. Disse, divertido: — Pois são igualmente raros os livros em branco, não é? — Sacudi a cabeça e estalei os lábios, em desaprovação. — Gosto de ler o que há para ler, ora essa! — Com uma risadinha, apertei o passo. Mal havia notado que a chuva cessara de cair... apenas o ar frio da noite fazia com que bailassem as fileiras de flores, tão delicadas quando genuínas bailarinas de carne e osso.
Estaquei em minha caminhada e voltei a Clair. — É uma boa ideia, mas... — Com uma sobrancelha arqueada, olhei com desconfiança para o insólito livro que minha companheira carregava. — Mas e se isso pertencer a alguém? Quer dizer, nós estamos em terreno particular. — Lamentavelmente, aquele deleite de jardim não era público (e não era nosso, tampouco!) — Não devemos nos apoderar de coisas perdidas dessa forma... — Transfigurado num adulto responsável e ganhando ares de bem refletido, apertei o braço cuja mão segurava o objeto misterioso. — Deixe isso aí.

-Sim, são raros e por isso mesmo não posso deixa-lo aqui, jogado! Boris, pode até me importar o fato dele ser de alguém, mas se é de alguém, é de uma pessoa que o despreza, ele está jogado! E é lindo! Adornado com flores, eu sempre quis um livro assim, e você sabe disso mais do que ninguém. Não vou deixa-lo aqui. Está decidido.

Agarrei o livro com força, sorri para Boris e pedi a ele com os olhos para me deixar ficar com o achado precioso. Continuei andando e observando o local, que chegava a me parecer mágico. Chamei Boris que estava um pouco atrás e perguntei: - Que tal brincarmos de pega-pega? -Dei risos altos. - Deve estar me achando uma completa louca, mas acho tão agradável correr entre as flores, por favor, vamos, vamos! -Pedia como uma criança mimada, mas estava trajando um vestido branco e usava uma flor vermelha no longo cabelo, nada remetia a uma criança além do meu olhar suplicando para começarmos a brincadeira.- –Será divertido, está com você! Coloquei o livro em um canto e comecei a correr.


Por Renato Trevizano e Inaiara Gonçalves.




segunda-feira, 18 de julho de 2011

Bitucas de cigarro.

Andava pela cidade e observava a cada rua centenas de bitucas, em cada esquina, em cada vão, em cada canto.
Pior que poluir-se é poluir o mundo. Mas não tem mais jeito, os cigarros são necessários não é mesmo? Joga-los no chão também é. Poluir já tornou-se intrínseco ao ser-humano. Daqui a pouco o mundo só vai ser feito dessas coisas.

A um enfermeiro que não lerá isso.

Eliomar, ou Eliot com eu gostava de te chamar. Sei que não vai ler isso, mas ainda tenho esperanças que você entre aqui, rs , afinal eu te dei o link.
Só queria dizer para você, que no final... Tudo dá certo.
Não sei porque estou dizendo isso, acho que é só porque quero.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Esboço.

Começar, criar, findar.
O esboço é o começo, o meio e o fim.
O esboço é ir contra qualquer paradigma e simplesmente tentar traçar as primeiras linhas de um novo quadro.
E nesse momento é isso que estou fazendo, um bosquejo de um projeto inacabado.
Mas esse projeto é diferente, é formado por uma junção de esboços.
Uma gama tão imensa de cores, sons, tentativas, que até me perco...
Me perco dentro das entrelinhas que formam o esboço chamado vida.
Nesse momento, sinto que não devo usar a palavra sinto, porque ela já está tornando-se praxe em meus textos, então eu direi: Desejo e não sinto, eu desejo que esse esboço nunca se torne um texto concreto, e que ele siga em frente conseguindo a cada momento traçar uma nova linha, que ele mude, faça e refaça. Que ele seja.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

O despertar da primavera.

Folhas caem
Passáros voam
O vento canta
E a água corre entre as folhas

Respiração viva
Pulsante. Entra em meus pulmões
E purifica-os
Sinto um caláfrio das pontas do dedo do pé
Até o último fio de cabelo.

Sorrio e já nem sei porque
É uma felicidade pura, sincera.
Pois é, acho que a Primavera chegou.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Peço perdão aos leitores, mas passei por um período um tanto conturbado, e por motivos de saúde parei de postar aqui.

Mas agora as coisas melhoraram. E tudo voltou a florescer.

Estou de volta, pessoal.

By: Inaiara, para alguns.
Ina , para outros.
E Flora para poucos.

domingo, 12 de junho de 2011

''Vomitei'' ao ver isso .


Retirado do : http://www.facebook.com/media/set/?set=a.106413292775478.13716.100002204245388#!/photo.php?fbid=111025735638944&set=a.111025725638945.17478.100001945558053&type=1&theater


Meu, por mais que eu não tenha embasamentos científicos para falar a respeito dessa foto, e esteja me baseando apenas em conceitos subjetivos e opinativos, eu digo logo de principio: Achei essa foto ridícula.
Não só a foto , mas o significado em sim. Como assim taxar a posição de seus melhores amigos? Meu Deus do céu, não sei se isso é infantilidade ou burrice mesmo, mas talvez uma junção das duas. Sei que serei super criticada por esse post, porque metade das pessoas que usam o facebook postam fotos desse genêro, mas passando por esse facebook e vendo isso, foi impossível não escrever.
Acham mesmo que podemos classificar nossas amizades, como se cada amigo fosse um troféu ganhado? Posso até estar sendo radical, mas para mim não precisamos de fotos toscas como essa para expressar nossa amizade por determinadas pessoas, muito pelo contrário devemos fazer isso de outras maneiras. Ninguém é objeto de ninguém.
Essa foto é a marca de uma mente corrompida, fútil e mais que isso: Sem essência.



Obs: Se liguem no primeiro amigo, ele tem até uma coroa, nossa que coisa maravihlosa não? Ele é o mais amado, venerado amigo dessa garota que postou a foto. É o rei, gente. ¬¬

Acordada.

Letras sobrepostas, parágrafos cruzados, pontos e vírgulas andantes. Ultimamente é isso que minha vida tem sido, uma junção de sentidos, de odores e paladares - alguns amargos, outros doces, secos, gelados... Todavia, hoje sinto o pão-fresco saindo do forno, a amora mais vermelha que já vi. Hoje sinto-me nova. Eu renasci. Porque passei pro duas semanas em que eu simplesmente esqueci os meus objetivos, erros e acertos, nada importava, nínguem me despertava o sorriso. Não olhava, não sentia, não falava.



Mas hoje sei que meu corpo entrelaçou-se com minha alma e pediu à ela: Paz, calmaria e equílibrio vivente.




Obrigado, querida alma, você me salvou.

Queridos leitores, se é que vocês existem, HAHA, eu voltei a tona . Me perdoem, essas últimas semanas foram um tanto complicadas. Mas agora está tudo bem.

Postarei alguns textos um tanto subjetivos, que provavelmente muitos não entendam, outros se identifiquem e alguns poucos gostem.


Porque como eu sempre digo, aqui você pode tudo. Pode gostar, desgostar, odiar, amar, fugir, cantar, chorar. Aqui podemos o que quisermos.


Obs: Essa semana que vem será minha semana de provas, portanto, ficará difícil entrar, mas farei o possível. Obrigado.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Grão, granola.


Eram vários, uma junção de pequeninos grãos formando o composto chamado granola. Frutas cítricas, castanha e o próprio grão.
Era agradável colocar os dedos no pote e pegar um punhado do tão bom alimento.

O sabor não era doce nem amargo. Neutro. E é disso que eu gosto, de momentos neutros que ainda assim podem proporcionar tanta felicidade.
Fico imaginando, se fossemos formados de grãos, uns seriam grãos grandes e imponentes, outros pequeninos e delicados e teriam aqueles que desmontariam-se com um leve tocar de ponta dos dedos.

Agora eu sou um grão, forte e fraco, bom e ruim. Um grão em meio à outros, que ao tocado ouve-se o farfalhar dos outros que estão próximos- suave e barulhento, porém, era um barulho gostoso de ouvir. Tudo compactado, em um só pote.

Um grão mordível, mas que por vezes pode te fazer quebrar os dentes. Não sou um grão classificado, nem feito em industria. Longe de ser rotulado. Sou o grão da terra, o grão puro, o
grão-menina...

domingo, 15 de maio de 2011

http://letras.terra.com.br/los-hermanos/67553/

O Pouco Que Sobrou

Los Hermanos
Composição : Marcelo Camelo

Eu cansei de ser assim
Não posso mais levar
Se tudo é tão ruim
Por onde eu devo ir?
A vida vai seguir
Ninguém vai reparar
Aqui neste lugar
Eu acho que acabou
Mas vou cantar
Pra não cair
Fingindo ser alguém
Que vive assim de bem

Eu não sei por onde foi
Só resta eu me entregar
Cansei de procurar
O pouco que sobrou
Eu tinha algum amor
Eu era bem melhor
Mas tudo deu um nó
E a vida se perdeu
Se existe Deus em agonia
Manda essa cavalaria
Que hoje a fé
Me abandonou


(...) Peço perdão aos leitores, por o post de baixo ter sido tão mal feito, foi apenas uma maneira de jogar fora toda a minha angustia.
E matar o que estava me matando.

Sem mais,

sempre grata,

Ina.
Meu deus do céu, como tem gente desprezível nesse mundo.
Tem gente hipócrita,
Suja,
Nojenta,
Canalha,
Aproveitadora,
Imbecil,
Falsa,
Vulgar,

PARE

de julgar,
de falar por falar,
de mentir,

APRENDA

a dizer,
a ter boa fé,
a buscar ao menos o resto de valor que dá a vida, e...

MUDE

suas atitudes,
seus pseudos-discursos,
seu pérfido olhar,

Que sua aleivosia MORRA.

E nesse momento eu vomito toda a minha raiva por saber que tem gente que não se importa com o outro. Ou melhor, que finge se importar.

sábado, 14 de maio de 2011

Café sem leite.



O copo descartável encosta em meus lábios e o líquido de um marrom escuro, quase preto desce garganta a baixo.
Ele estava forte, quente, mas ainda assim com açúcar -pois o que seria dele sem uma doçura cristalizada?

Caneta em uma mão. Copo descartável vazio. Mordo o lábio inferior e sinto ainda um leve gostinho adocicado, aumento o volume da música e sinto o tocar do violão, meu corpo intuitivamente começa a balançar em um ritmo leve, acompanhando cada nota. As pálpebras fecham-se e deixo que a calmaria momentânea tome conta do meu ser, sinto o ar entrando em meu pulmão e penso no que escrever.
O som cessa, meus olhos abrem sem que eu peça a eles e eu vejo a vida nitidamente, como ao abrir uma janela e ver o raiar do dia, eu vejo a beleza de cada suspiro, cada passo dado, cada momento...

Duas moças conversam à minha frente, mas só enxergo os lábios abrindo e fechando em uma frequência pautada, soltando provavelmente palavras comuns.
Agradeço por estar nesse instante conseguindo tocar na caneta e desacolchetar a tinta azul que ela possui.

Que venham mais cafés, sem leite e com muito açúcar.

terça-feira, 12 de abril de 2011

A brisa do novo dia.

A brisa sopra em meu rosto, e me leva para longe, bem longe, talvez até mesmo uma realidade paralela, mas isso é tão bom, é saboroso, exatamente isso. É como se eu desejasse desvendar a cada dia uma coisa nova, como se eu buscasse algo que nem existe, e é essa a parte boa: Não definir, não ainda. Porque a partir do momento que definimos tudo , é como se o mundo, vulgo, o nosso mundo, estivesse tornando-se uma bolha politicamente correta, sem nenhuma válvula de escape, em que tudo gira em torno de um só fato ou pessoa. Mas quando você sai, desprende-se por completo daquilo, é como caminhar nas nuvens, e a cada passo mesmo que você tivesse uma grande propensão de cair, você continuasse, porque dessa vez você sente que: Vale a pena.

E o melhor, é que você não tem medo de errar.

quinta-feira, 24 de março de 2011

"Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes… tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Não me dêem fórmulas certas, por que eu não espero acertar sempre. Não me mostrem o que esperam de mim, por que vou seguir meu coração. Não me façam ser quem não sou. Não me convidem a ser igual, por que sinceramente sou diferente. Não sei amar pela metade. Não sei viver de mentira. Não sei voar de pés no chão.
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra sempre."


Bruna Lombardi.


E como, como me identifico.
É exatamente isso. Exatamente.

O desconhecido.

Conhecer? Andar? Sentir? Falar? Tocar.
Conhecer é exatamente isso. É tocar o mais profundo do outro, não é estar superficialmente com alguém e sim estar por completo; não é simplesmente saber a cor favorita dele(a) ou bater um papo com ele(a) em frente a banca de jornal... É sabe o bastante para demonstrar ao outro aspectos que nem ele(a) mesmo enxerga.

Então, nesse momento leitor, pergunte-se: O que é conhecer? Quantas pessoas você realmente conhece?
Porque na maioria das vezes nós temos a convicção de que conhecemos tudo e todos e no momento que nos deparamos com o desconhecido o medo vem a tona, o receio toma conta do nosso ser, porém, se você gostar de desafios como eu, vai tocar no desconhecido mesmo que de uma maneira idiossincratica- como coçar suavemente o lado da cabeça, ou fazer aquele movimento com os dedos que só você sabe, ou colocar delicadamente os fios de cabelo atrás da orelha...
Independente dos clichês, se você tiver uma convicção própria de que deve tentar conhecer o "real-desconhecido" siga em frente, e mesmo com a timidez, o receio: Conheça. Porque essas chances só aparecem uma vez na vida, portanto, entregue-se ao desconhecido como se ele fosse seu amigo de infância, traga-o para si, permeie as entranhas daquele ser, e quando menos esperar estará: Conhecendo, andando, sentindo, falando e acima de tudo: Tocando. Tocando a singular essência do tão distante desconhecido.




Ps: Dedicado à alguém que me proporcionou uma boa conversa sobre as ideias colocas no texto. E mais, para alguém que pouco conhece de mim, e que tem muita muita coisa para mostrar. Para alguem que às vezes soa como o desconhecido em pessoa. Mas a questão é exatamente essa : Conhecer a mais profunda essência do próprio desconhecido.

sábado, 19 de março de 2011

Ah, eu não suporto mais. Clamo aos céus, arranque-o de mim. Não sei se há motivo, só sei que quero algo fora, longe, como se nunca tivesse existido. Os arabescos loucos e acelerados algemam meu ser e agarram-me , deixando-me pesada.

Nada sai, as palavras estão engasgadas, ouço um burburinho de vozes e minha mente se enche de dor. Calafrios até o último fio de cabelo preto. Estava escurecendo, e na penumbra da dor resolvi sair, visitar mundos distantes. (...)


[Em breve continuarei o texto. Escrito em um dia tão peculiar, que eu nem lembro quando foi. Um achado em meio a todos os outros resquícios de papel em minha agenda.]

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Que?

Eu não quero mais uma máscara.
Eu não desejo um produto
Nem mesmo etiquetas
Não quero o lucro,
Surto.

Que cada nota seja picotada,
Que o sistema afogue-se,
Que o fogo queime
Toda a hipocrisia.

Que ele não exista.
Que ela cure.
Que eu viva.

Que?

Que exista amor.

Onde?

Fino.
Leve.
Forte.

Grilo canta.
Galo dorme.
Eu acordo.

Lua acende.
Árvores ouvem.
Terra sente.

Longe.
Onde?

Em qualquer lugar.

Obrigado.

Um. Dois. Três. Respiro. E agradeço por cada segundo de vida. Observo o mundo a minha volta, a lua cheia, redonda, perfeita e branca, como uma flor copo-de-leite.
Logo ao fundo as nuvens, de um cinza tão agradável, eram várias... E o mais importante: As estrelas. Era uma constelação, brilhavam com tanta vivacidade que é como se olhassem para mim.
O cantar do vento entrava em meus ouvidos como uma melodia de paz.
Eram pequenas luzinhas distantes: Cada qual uma casa. Cada casa uma família. Cada família algumas pessoas. Cada pessoa uma essência.
E é exatamente isso que desejo, passar ao papel a essência desse local.
É tão gratificante acordar e ver logo em frente um sol - junto ao sorriso de alguém.
Ou ir a sorveteria à noite e receber do garoto de cabelos pretos e intensos, dos olhos cor de mel, um : Sinta-se a vontade. - permeado de um sorriso sincero.
Minha alma enxe-se de calor, mas é um calor que difere de todos os outros que já senti. É um calor verdadeiro. Um calor de alegria.
Sinto a água em minha face. Gélida, suave e forte ao mesmo tempo.
Lembro-me de tantas pessoas que eu gostaria que estivessem aqui comigo. Uma para me abraçar, outra que me faria rir, outra que me aguentaria falando por horas e horas sobre como o dia foi bom, e aquela, é... Aquela que tocaria em meus lábios como se fosse a última vez. Aquela que me amasse.
Porém, como não a tenho, me contento com a presença de amigos aposentados, que me ensinam a cada dia algo, é como se eu estivesse cheia de avós e avôs por toda parte. Ah, que saudade.
E é tão bom ouvir-lhes dizendo: "Você é uam grande menina, e acredite, com toda certeza, serás uma grande mulher."
Que os anjos digam amém.
Ou melhor, que eles ouçam agora o meu suspirar e perdebam que esse sim é um suspirar que diz:
Obrigado.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

"Eu caminho para o oceano. Nado com tubarões e águas-vivas.
Eu posso nunca ter essa chance novamente.
É por isso que se você quer beijar, você deve beijar.
Se quiser chorar, você deve chorar, e,
Se você quer viver, você deve viver". - R.Ross

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Segundos.


A porta abriu. Entrei rápidamente com medo de perder o metrô. Sentei no primeiro banco que vi vazio. Abri o bolso da frente da mochila e peguei o mp4 , coloquei The Calling, sim eu precisava deles naquele momento. Olhei para o lado distraida e logo em seguida para o banco da frente, e vi ele. Normal, completamente normal. Mas era comum demais para não possuir nada além de aquele rosto agradavel. A questão é que era um comum diferente, estranho não? Mas era um comum permeado de mistérios.

Obervei-o, foi quando ele me viu. Olhou-me com intensidade e desviou o olhar. Acho engraçado como as pessoas têm medo de trocar o mais profundo olhar com um desconhecido. Acredito que embora seja só um olhar, e só um desconhecido, isso diz muita coisa. E naquele momento disse. Tentei me concentrar na música, mas era impossível. A todo momento que olhava-o era reciproco. Comecei a bater com os dedos levemente sobre minha mochila, e por algum motivo sorri - de uma maneira singela, completa e graciosa. Ele viu. E deu uma risada como de quem não quer nada, como se ele estivesse viajando pela vida. As perguntas passavam-me pela mente: ''Da onde ele veio? Como será que ele é? Qual seu nome?'' , fitei ele com mais intensidade do que da primeira vez, e nesse momento foi diferente, ele não desviou. Olhou-me, como se aquele ato fosse retirar todas as informações que desejavamos saber. Ouvi um som que me incomodou. Era a próxima estação. Pensei: ''Ele tem que descer aqui. Tem que.'' E sim, ele desceu.

Ele e muitas outras pessoas, loiras, morenos, altos, baixos, magros, gordos, cada qual com suas peculiaridades. Nosso passos foram dados juntos, tentei não perde-lo em meio a tanta gente, mas era impossível. Subi na escada rolante, ele estava do meu lado. Mas que vontade, que vontade imensa de dizer algo, e eu sabia que ele sentia o mesmo. O problema é que somos humanos, e nesse instante eu odiei ser comum, seguir padrões e me esquivar de dizer um simples: Tudo bem? A escada chegou ao fim. Um segundo. Dois segundos. Três. Quatro. Ponto. Perdi-o. Ele virou a esquerda e eu continuei, meus passos eram tão lentos como os dele, olhei para trás e foi a última vez, a última vez que obtive aquele tão sincero olhar. E só nesse momento percebi o que tocava no mp4, era: All you need is love. Peguei um laço vermelho da bolsa, prendi o cabelo e continuei andando, como mais uma transseunte em meio a regras, números, pessoas.. Mas percebi que não , eu não era só uma garota andando em meio ao mundo.
Eu era alguém que deu a importância devida a um olhar, que mesmo desconhecido dizia-me muita coisa.
E isso sim , minha gente, é amor.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Tudo.

Olhe-me
Exergue-me


Beije-me
Toque-me
Abrace-me

Viva-me
Esteja-me
Consiga-me

Proteja-me
Clareie-me
Toma-me

Sem superficialidade.
Porfavor, preencha minha alma.

E arranque de mim o que desejar.

Sugue.

Eu quero jogar tudo para fora, longe, quero enviar uma carta e colocar dentro do envelope todas as minhas angustias, perguntas, falhas. E assinar como anônimo. Não quero que saibam disso, quero sentir o ar puro das folhas, os pés roçando a grama e o sol tocando minha face. Quero me banhar com as cores e estar longe dos espinhos. Longe de você. Quero enterrado seu número de telefone, que seu suspirar nunca mais toque minha face, que suas palavras sejam enterradas em um túmulo escrito: Aqui jás o que aprendi com ela.
Quero sentir outro alguém comigo, quero estar por inteira e não pela metade. Quero chorar por quem valha a pena, quero sofrer por algo melhor.
Quero tudo, menos você.
As palavras só estão sendo jogadas aqui. Sepulte-as.
E que elas sejam como o meu sangue escorrendo em cima de ti , que sinta-os em sua pele.
E que eles lhe mostrem tudo, tudo o que minha alma tenta expressar agora.
Sugue isso, como se fosse o único copo de água de sua vida inteira, porque será a última gota do meu ser que você possuirá.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Tarde de dezembro.


Era uma tarde de dezembro. A vida corria como um relógio pulsante, o mundo girava e as flores brotavam. Peguei um café forte, abri um jornal e comecei a folheá-lo, via os horrores que aconteciam no mundo, cada morte e cada assassinato, era cruel e frio ver tudo aquilo.
Abri em uma página sobre um acidente de carro, em que o único sobrevivente foi uma criancinha de 4 anos. Fiquei estática, paralisada, a angustia era tanta que não conseguia falar, observei bem a imagem da criança, meu olhos de um negro intenso estavam semicerrados e nem as lagrimas conseguiam sair. Era uma criança linda, de cabelos escuros cacheados, pele branca como uma flor de hibisco, graciosamente menina. Meu coração pulsava aceleradamente, e foi nesse instante que vi a foto do lado direito da página, dos pais da criança. Eles eram meus. Meus pais. E a sobrevivente minha irmã. Fechei o jornal e vomitei sem parar, meu estomago doía demais. Dei um grito extremamente alto e rasguei o jornal com tamanha voracidade.
A campainha tocou, eu não atendi. Depois de um segundo, resolvi abrir a porta.

Um novo jornal acabará de chegar. Olhei o relógio e vi que já era o do dia seguinte.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011


Paris.
É um lugar tão distante, mas ao mesmo tempo sinto-o tão perto. Paris me remete a tantas coisas, a tantas pessoas, situações, sonhos.
Para mim , Paris é como uma folha em branco a ser escrita. E eu ainda vou começar está história. E ela será minha. Do jeito que sempre sonhei.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Quem nunca fez...

→Ficar rabiscando alguma coisa enquanto fala no telefone;
→Ter que estudar para prova mas ao inves disso está na net;
→Todo fim de ano, dizer que o ano passou rápido;
→Receber a prova, dar uma lida rápida por cima de todas as questões e pensar: FODEU!
→Responder: “Não” quando alguém te pergunta “Tudo Bem? só pra ter assunto pra conversa;
→Sempre quando está jogando vídeo game em uma parte muito importante sentir coçar o braço/nariz;
→Falar para a mãe do meu amigo, que estava sem fome, mas estava com muita fome;
→Apagar tudo que estava escrevendo, quando vê que a outra pessoa está digitando alguma coisa no MSN;
→Ter sempre a última folha do caderno rabiscada;
→Ficar comendo milho que sobra da pipoca;
→Fazer moicano, no banho, com o cabelo cheio de espuma;
→Lamber os dedos sujos de Doritos;
→Sair do banho, notar que esqueceu a toalha e ficar gritando: 'manhêê'

http://www.orkut.com.br/Main#Community?rl=cpp&cmm=100938011
HSUAHSUAHS, EURI MUITO!

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=1308203

Gente, entrem , entrem !
Esse é um projeto que organizei com o Klauss, para homenagear o aniversário se SP.
Todas as fotos são de autoria dele e as legendas minhas.

Aposto que vão gostar.
Desde sempre, grata

Ina.

sábado, 22 de janeiro de 2011

O pior de fugir de si mesmo, é que cedo ou tarde, você se encontra. E quando se encontra, percebe que aquilo que você deveria estar correndo atrás acabou de ser encontrado. Por outro alguém. E, isso sim, é triste. E alguem me encontrou.

Mas as segundas chances existem. E só não existem se você não quer ser feliz.
Amo-te.
http://letras.terra.com.br/linkin-park/988489/traducao.html

Leitores, essa música diz tudo agora.

Coloquem o link da abinha ai em cima, e não ouçam... Sintam!

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011


A sensação é a seguinte: estar no cinema assistindo a uma colagem de questões intelectuais, angústias humanas, romance policial, cenas da guerra fria, loucuras do sonho. Talvez seja o melhor da obra de Rubem Fonseca, e não sou a única pessoa a afirmar isso.

Decididamente, ler Vastas Emoções e Pensamentos Imperfeitos significa não conseguir parar um minuto sequer. É enxergar a vida e as situações cotidianas do homem dentro de uma ótica cinematográfica, na qual é necessário que haja uma lógica concisa e eficiente. Os personagens devem ser sempre muito bem definidos, suas ações delimitadas, seus sentimentos delineados para que o público capte "o quê o diretor quis dizer". E é aí que se encontra a confusão.

A história de um cineasta-narrador que se envolve com uma história de pedras preciosas e assassinato, ao mesmo tempo em que começa a ler os contos do judeu soviético Isaak Bábel. A tentativa de transformar tais contos em roteiro para sua nova produção, junto aos seus confusos sentimentos e amores acaba em uma mistura da lógica racional da linguagem cinematográfica, à completa falta de lógica da linguagem inconsciente dos sonhos e a tentativa de adaptar a linguagem literária à uma realidade. E então, qual a mensagem que deve ser passada? Há algo que deve ser passado? Como organizar as vastas emoções sem deixar com que se percam em pensamentos imperfeitos?

Rubem Fonseca não fornece respostas, mas incita questões - questões essas que valem muito a pena.


Retirado do site: http://www.mood.com.br/literatura/11.asp

Gente, sério, eu estou ainda no meio do livro e já me apaixonei por ele!
Uma história mágica, para ser lida e relida.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Bem-vindo ao mundo.

Como a imagem diz: Sente-se.


Tempo. Tempo. Para, corre, anda , desanda, escorre.

O que é o tempo para você?

É exatamente o que queríamos tratar nessa instalação feita no colégio Guaracy Silveira, por mim (garota da foto), Kaio Cassio, Érica Gonçalves e Beatriz Sugai.

Como o tempo pode ser usado de maneira cruel, não é mesmo?

Essa garota, estática , olhando para uma Televisão, que sim , como você vê, está desligada. O que vem a sua mente observando essas fotos?

Para mim, vem a perda da mais preciosa vida. É como se ela estivesse tentando enterrar todas as suas angustias e perdas vendo uma televisão, alienando-se diante das imagens manipuladoras.

Ela está morrendo, morrendo aos poucos, pois está perdendo a razão de viver. Falando superficialmente, o relógio representa a passagem do tempo, a flor murcha brotando dele a morte e as folhas secas, novamente, a passagem do tempo.

Mas a interpretação vai muito além disso, é uma interpretação pessoal, única de cada individuo. Tenho plena certeza que cada um que sentou ao meu lado nessa instalação teve uma sensação. O que eu senti?
Bom, aquele som do rádio que ficava tocando no fundo, aquele chiado era perturbador, e o fato deu estar olhando fixamente para uma tv desligada me angustiava. Naquele momento eu não era mais a Inaiara, era parte da instalação , e acredite , se você sentiu-se mal, para mim foi mais difícil ainda. Fazer um papel do qual eu discordo totalmente não foi fácil. Estática , quieta e olhando para o único objeto que havia ali várias coisas vieram em minha mente. Comecei a pensar na minha própria vida e nas minhas próprias alienações...


E percebi que as vezes eu me importo tanto com certas coisas, e potencializo tanto elas que acabo sofrendo, tem certas coisas na vida que devemos relevar, ou ao menos lidar com elas não como se fossem sérios problemas e sim ''só mais um simples desafio'' , contraditório, não é? Mas é isso mesmo, caro leitor, é exatamente isso, devemos enfatizar o lado bom da vida, sabe, e entender que a vida não é só adornada com flores , que ela possui espinhos também, espinhos que por hora machucam, ou até mesmo nos atinge de uma maneira tão intensa a ponto de sangrar.
Mas nunca devemos esquecer que todo corte sara.

Devemos viver e aceitarmos os caminhos que são colocados no meio da trajetória. Nunca devemos perder a nossa especial essência humana.

E eu, bom, eu acabei de pegar uma curva...
Porque as vezes devemos sair da estrada principal.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Alguém como você.

Ouça essa música enquanto lê o texto: http://letras.terra.com.br/the-calling/6688/traducao.html

- É só abrir o link em outra janela e ouvir-




Ah, eu precisava tanto de você. Alguém exatamente como você. Inexperiente como eu, ou melhor, com experiências que não deram muito certo. Alguém que pudesse retirar toda a minha angustia com um só tocar de lábios.
Observo-o, a cada sorriso percebo que tem tanta coisa ai dentro, tanta coisa que eu desejava poder sentir. Você me parece uma pessoa tão incrível, que tem tanto a oferecer ao mundo...

Mas, por quê?
Por que não posso tê-lo ao meu lado?
Foi tudo tão rápido, não é mesmo?

E aqui com minhas meras palavras lhe peço perdão por ter sido tão precipitada. É como se o meu sentimento tão incerto e certeiro naquele momento tivesse entremeado ansiedade, angústia, desejo de um novo amor. Talvez seja pedir demais, mas era exatamente o que eu queria: Um novo amor.

E agora, ouvindo-o novamente, depois de tanto tempo, porque sim, para mim um mês foi como anos, anos em que eu poderia ter dito apenas uma palavra, anos perdidos, anos em que poderia ter me tornado uma grande amiga.

Sabe, eu nem sei mais o que quero. Mas uma certeza eu tenho, independente de como for eu quero ter a oportunidade de lhe fazer feliz.

Feliz aniversário adiantado.
Que ele soe como um solfejo: leve, calmo e pronto para ser ouvido.