sábado, 29 de outubro de 2011

Apartado.


Ela estava vulnerável a tudo que via e ouvia, estava descalça e nua, o sol queimava-lhe a pele e a chuva banhava seu rosto e ela nada podia fazer, seus pêlos arrepiavam-se e os longos cabelos encaracolados era a única coisa que cobria-lhe a pele; enxergava e ouvia tudo nitidamente e aquelas imagens e sons cortavam-lhe os pulsos, e as lembranças rodeavam seu corpo, sentia cada sussurro que foi dito em seu ouvido, ora sorria, ora lágrimas escorriam em sua face, perdida em si mesmo adoecia a cada suspiro, suas pernas tremiam e sua mente revivia o tempo de outrora.

Chovia e fazia sol, enfraquecia e fortificava-se, sua boca estava seca e fria, tinha sede de amor. A chuva ia aumentando e ao mesmo momento o sol abria cada vez mais, identidades perpassavam-lhe o coração, os rostos entrelaçavam-se com as frases e promessas não cumpridas.

Seu corpo não aguentava mais a falta de algo que lhe vestisse a alma e alastrasse seu corpo... Foi perdendo os sentidos e seus pés foram escorregando até que quando estava prestes a calar-se por dentro, sentiu algo lhe segurando, a mão roçava sua nuca e a outra delineava seu corpo, não via seu rosto mas sentiu seus lábios intensos e pungente, sugavam sua fraqueza e sediam-lhe vida, seu corpo junto ao dele era um só, ela procurava os olhos que um dia tragaram-lhe tudo, olhar que roubava seus sentidos e dissimulava verdades, mas nesse momento não os encontrava, a cada segundo que os lábios contraiam-se aos dela a cor ressurgia em seu corpo e foi nesse momento que ela viu seus olhos cor de mel afastando-se, e então percebeu que ele não estava pela metade como um dia esteve, que ele não estava por inteiro como um dia ela sonhou e sim estava lhe dando Adeus.

Nenhum comentário:

Postar um comentário