sexta-feira, 24 de abril de 2015

não é tempo
Carlos,
não é tempo
pros seus poemas
estarem nas prateleiras
mofadas
das bibliotecas
mofadas
das universidades
mofadas

não é tempo
nem espaço
nem desejo

sei que não queria assim, Carlos,
mas o mundo tá pra esses tempos
tempos da academia
que não enxerga mais
a flor que nasceu na rua,
Carlos,
ah, Carlos,

só há tempo
pra ser-visto
serviço
pagamento
no fim do mês

e flores murchadas
sobre a mesa de jantar.

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