sexta-feira, 11 de julho de 2014

Palavras de maré cheia.


Pequenino, embarque no portão da minha casa; entre: a porta tá aberta.
Embarque nas confluências das nossa conversas, que hora travam, hora estendem-se. Embarque no silêncio dos nossos olhos, que quase não se viram ainda. É feito nuvem imensa que percorre o céu donde caem gotinhas. Quando eu era pequena, achava que as nuvens choravam. Cresci e descobri que quem chorava mesmo, éramos nós. 
Não houve mar suficiente pra nos deleitarmos de verdade um no outro, sentir a pele colada, o cheiro da chuva de suor que nos enrolaria.
Embarque na minha cama. Vem. Ser. Ventania.
Cadê a maré? A maré cheia de riso, de troca, ideias. Começo.
Quero um mar imenso, feito meu coração. Caminhemos sobre areia, num pôr do sol qualquer, que deixaria de ser qualquer, caso fosse nosso. Umas palavras confusas. Sim, eu já te disse, sou confusa. Tem tanta palavra aqui, tanta maré passada, tanto sal, água... Chove.
Me expresso demasiadamente e explodo. Explodo por dentro, explodo de cores, de história, de amor! De vida.
Viva.
Estou viva e você também. E estamos. E há mar! 
Amemos.
Diria que
só falta o céu aberto
coragem nas mãos
coragem no pulso
coragem!
e ir
se quiser
e couber
maré. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário