terça-feira, 8 de julho de 2014

A origem da chance que baila ao vento de nós.

Um dia, talvez um dia estarei longe dos cacos de vidro, esses cacos que pungem, retos... rotos. Velhos, fortes.
Longe deles nascem flores que pululam os jardins corpóreos dos dois. Não sei, creio que sejas primaveril. 
Faz menção às luzes leves em teus sonhos mais íntimos, mais risonhos. 
Ah, os dois... Tão longe, e tão perto... tão certo. Incerto. Mencionemos então certa palavra que nos ajude a mimetizar a dor da saudade e nos leve pra perto de alguma coisa que nos assegure.

Ao menos um chão, onde possamos apoiar nossos pés cansados por dores de outrora...
Ao menos um norte, que, quiçá por sorte, seja nosso.
Chão, enrole nossos corpos frios e faça-nos esquentar mesmo com o vento que ruma pra todos os cantos, sem um norte a nos dar.

Vento, faça de uma onda uma motivação para seguir... só ou diferente.
Distinto, melodioso...
Sejamos vento, então... 
E que dancem amores ao farfalhar das folhas pelo chão frio.
E que dancem os corpos dos amantes que descobriram que são o vento.

Insana talvez, seja a rota de nossas almas na brevidade que escolhemos à dedo...
Não seja discreta, farta flor... Desabroche, nas tais manhãs estrambólicas que almejas conhecer
e fica, 
até onde quiser e tentar.

por: Iaiá Gonçalves e João Ricardo Würch Selbach

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