quinta-feira, 17 de julho de 2014

abri a janela de manhã
e o céu tava todo amarelado
minha mente, confusão
minha boca, saudade
meus olhos, sós
miravam o céu aberto
e lembravam
de todas as bocas
e sabores
dos corpos
que passaram
por aqui
conjugando versos
colando peças quebradas
tirando minha roupa
ficando
indo
deitando comigo em noites infinitas
escrevendo comigo em versos infinitos
sem métrica
sem rima
nem pontuação
só reticências
amor
e gosto doce
pairando em nós
o primeiro
o segundo
o terceiro
romperam
se foram
ficaram
me amaram
disseram
que cabia,
mas não coube.
o quarto
o quinto
o sexto
tantos
nem sei
não sei mais de nada
não sei mais escrever
nem conjugar verbos
muito menos falar de amor,
só sei me jogar de cabeça
no céu amarelado dessa manhã
que sem ritmo
pulsa
até que eu me esqueça
de nós.

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