segunda-feira, 11 de agosto de 2014

hoje
eu percebi
que todo dia
eu viro pra mim mesma e digo:
acabou.
é mais confortável lidar com o fim
antes mesmo dele chegar.
penso que assim,
quando ele chegar eu já vou ter me acostumado com a ideia.
criei verdades absolutas sobre nós:
não posso contar com você.
você vai sumir amanhã.
não estamos juntos. (essa é a única verdade que talvez eu acredite mesmo, porque eu nem sei o que estamos, nem como estamos, muito menos o que somos.)
você não existe.
sempre que você não está por perto
no sentido físico ou não estamos tendo as nossas boas prosas
eu lido com a sua ''ausência'' como se você não existisse pra mim
nem na minha vida. como se você não estivesse aqui. como se você fosse uma mera palavra imaginária na vida de uma menina que poetisa demais.
é mais fácil, porque aí
se amanhã você não estiver
eu já vou ter lidado com o sentimento.
na verdade, tudo isso é uma droga
porque eu finjo que não há você
quando há
eu penso que não há nós
quando há.
e tá sendo tão bonito
confortável. essa palavra diz muito sobre a gente.
mas é que todas as inseguranças
que estão absurdamente
imensas dentro de mim
me fazem pensar
que fim.
que foi.
que você é só um verso das minhas poesias mal escritas
um verso curto e bonito
azul feito o céu do fim de tarde
em que o sol se põe pra nós dois
só pra gente ficar vendo ele
abraçados.
aquele dia foi tão bom né?
mas você lembra como foi rápido?
um segundo
e o sol já tinha sumido do céu.
já era noite.
eu não queria imaginar o nosso céu com um sol que já se pôs eternamente.
com um fim já postulado. com um
você não está aqui.
mas.
eu.
já percebeu como eu não sei escrever poesia?
mas tudo sai em verso, porque ultimamente minhas palavras
estão todas fragmentadas. enroladas em laços de reflexão.
você é um sol tão bonito, que apareceu
num momento tão difícil...
tenta não se pôr rápido demais,
que eu prometo que vou tentar acreditar
em nós.

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