sábado, 9 de agosto de 2014

Esse é meu pior poema.

guri
tô pensando em ir
não é por ti
nem nada
pra falar a verdade,
não é nem por mim
mas é porque
puta merda
que bosta
que medo maldito
é esse que tá pulsando aqui dentro
tão desgovernadamente
que esse poema
é quase um papel rabiscado
com força
com choro
com
DROGA
por que?
por que o moço passado
fodeu tanto com as coisas?
por que tanta opressão?
eu. eu nunca tive medo de amar.
juro. nunca.
e agora
tem um medo imenso
pairando dentro do meu coração
da minha mente
do meu corpo
tudo tudo tudo
misturado
com as dores passadas.

choro.
sim, tem lágrima saindo
feito aquelas sinceras que saíram de ti
sabe, eu nunca achei que você ia me deixar te ver chorando...
você é mais forte do que eu imaginava.
você vai me perdoar se eu for embora?
por favor, não deixa.
não deixa que eu vá
me segura
de alguma forma
eu. porra
tá tudo tão engasgado
eu nunca senti o que tô sentindo agora
é enorme
absoluto
e corroí:
dor de fazer o que não se quer.
mas o medo tá sendo maior
medo de sofrer como foi da última vez
e você bem sabe, foi grotesco.
você não é ele, eu sei!
eu repito isso pra mim
todos os dias...
Mas, ele tirou uma parte tão bonita de mim
a parte iaiá que acreditava
no permitir-se
independente do fim
a parte iaiá que confiava
nas pessoas bacanas que apareciam no meio do caminho.
por favor. por favor. por favor, não seja a pedra no meio do caminho!
você...
quanto absurdo sendo expelido pra fora aos farrapos, não é?
obrigada pelo dia da praça. as noites juntos. os milhões de rolês nas férias. o dia da augusta. o dia ocioso na sua casa, tão quentinho. o dia que passamos na sua casa e eu ri de tanto prazer. e até mesmo a quarta-maldita [risos] se não fosse ela, eu não teria tanta certeza de que queria estar perto de ti. obrigada pelos milhões de momentos
pra tão pouco tempo...
ah moço, você me faz tão bem
nos fazemos tão bem
como eu faço
pra arrancar esse medo de mim?
como eu faço pra voltar a acreditar nas pessoas?
como eu faço pra destruir as marcas do machismo-opressor deixado por outrem?
como eu faço?
tá tudo tão embaralhado.
desculpa.
ao leitor, pelo desabafo
a você, por eu ter pensando
em ir embora.

as palavras não saem
nenhuma
nenhum verso final

poderia então
pingar uma das minhas lágrimas aqui
e deixa-la desbotar no papel
quem sabe, ela não diria mais
do que algo que não se verbaliza.

tinha terminado o poema
a uma meia hora atrás,
mas resolvi voltar
pra dizer
que eu gosto muito de ti.
muito. muito mesmo.
só não uso outra palavra
porque: medo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário