quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Cuspe em palavra.

Tintilar de assovios na praça do lado esquerdo do peito, onde os pássaros corriam e levavam um pouco do sulco pulsante que havia ali. Se alimentavam daquele sangue e esfomeados, levavam tudo que havia dentro daquele corpo, que no momento, estava tão entupido, tão engasgado que quando os pássaros chegaram, ela deixou, deixou que eles comessem seu corpo v i v o, seu corpo que pulsa e agarra tudo com a maior intensidade que se pode ter. Que sente, explode de tanto sentir! Vorazmente as asas sucumbiam-lhe a alma e comiam-lhe o lado esquerdo do peito. Comeram-lhe os sorrisos. Tomaram seu sangue. E quando subitamente ela abriu os olhos, viu que não era mais corpo, era pena, penúria, pássaro-menina-passando 
na vida.

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