segunda-feira, 18 de novembro de 2013


Sentada num banco de ônibus, encarava cada assento alheio. Os olhos de Olívia não davam pra um capítulo Eram tão curiosos quanto os de Capitu, aqueles olhos de ressaca de menina que queria descobrir o mundo. Pensava no que se passava na mente de cada uma daquelas pessoas, em quantas paixões já tiveram em quantas tristezas e com toda certeza, quanta alegria. Mas, essa última... Bom, na verdade não sei sobre nenhuma das quantidades. Não dava pra saber. Eram como mundos escondidos e separados por assentos constituintes do transporte (coletivo). Equidade que talvez perpassasse aqueles corações ambulantes. O coração? Tá posto no varal. Olívia havia posto ele pra secar desde que ele se encharcou de lágrimas. Secava. E tornava a chorar. Quantas lágrimas será que possuí o coração dessa gente?  Gente, cêis prometem pra mim que buscam o coração de Olívia no varal? E aí, lavem ele. Alimentem. Ponham no sol, por favor. Peço encarecidamente que o façam, se puderem. E quando ele estiver completamente restituído, vocês o levem ao ônibus , encarem aqueles olhos curiosamente belos, entreguem a ela e lhe digam que uma hora, o calor volta a cuida-lo a ponto de não existirem mais espaços pras lágrimas. que coração: é pra ficar dentro da gente. 

-mas por favor,
façam-na acreditar-

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