quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Por um instante. Deixei de ser Iaiá.

Batia minhas mãos ao som da música que eu ando usando pra escrever. E perdi meu escrito. Tive que começa-lo novamente. Odeio perder palavras, ter que retoma-las depois de já te-las conjugado.
Arte. Pessoas. Amor. Viagens. Comida. Tesão. Prazer. Risos. Amor. Filmes. Músicas. Meus escritos. Dias de sol. Dias de chuva. Nada. Absolutamente nada disso fazia mais sentido. Nem um pedacinho do amor que eu já doei ou recebi. Nem a minha amizade mais profunda fazia sentido. Apenas minha irmãzinha, talvez, por ela representar o oposto do que eu sentia. Apenas ela é o que havia restado de importante no meio daquela montanha de dor. Aquela pequena do sorriso grande. Olhos parecidos com o meu. Aquela pequena que um dia, virou e disse: Fica com quem te fizer chorar menos.
Ontem saiu tanta água salgada do meu rosto que eu achei que eu ia morrer afogada. Era água que misturava com fogo. Queimava tudo dentro de mim. Três semanas depois de ter fodido com meu coração eu me permiti. Eu realmente me permiti. Eu realmente acreditei. E você conseguiu me ceder esperança, um tiquinho de esperança depois de um ano de confusão pulsante dentro de mim. Um ano que acabou. E eu pensava que poderia viver uns bons anos contigo. Umas boas risadas, como as que surgiram quando nos conhecemos. As coisas bonitas, é você sabe. Essas coisas bonitas e gostosas que aconteceram, quando você ainda tava disposto a se permitir.
Ponto.
Ponto.
Ponto.
Como prosseguir?
Você arrancou de mim cada gotinha de esperança. Cada gotinha da imensidão de coisa nova boa que eu tava sentindo. Todos diziam ''Oh Iaiá, como você tá feliz!''.
Felic(idade)
Idade da pausa. Idade da falta.
Eu nunca me senti nessa idade. Nunca. Nunca senti que nada tinha valido a pena. 
Você me ensinou a desistir. Desistir de tudo de mais bonito que eu já havia vivido. Desistir, porque é mais fácil, é um caminho mais fácil.
Você arrancou de mim o que eu tenho de 
mais bonito
mais Iaiá
mais real
mais latente

você conseguiu
como nunca nada tinha havido antes

me arrancar amor
e trancafia-lo
e fazer-me acreditar
que ele -e mais a mil e uma coisas que ele proporciona-

não valiam de nada.

e isso
eu te digo

que nunca tinha doido assim.

2 comentários:

  1. Meu.. é. Não sei o que dizer. Você e essa sua mania persistente de deixar as pessoas sem fala. Mas ó, tô aqui. :)

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