quarta-feira, 4 de setembro de 2013

''Me fiz em mil pedaços pra você juntar e queria sempre achar explicação pra o que eu sentia''



para ouvir ao ler: http://www.youtube.com/watch?v=J_XUaH0Tmck

Nascida dos cacos de concupiscência que atrelavam-se a vontade de dizer tudo o que se sentia.
Até hoje -deparada com todos os cacos- me pergunto se fomos mesmo só dois corpos que queriam estar ali ou se havia algo místico que permitiu tudo aquilo. Pergunto-me até quando escreverei sobre você?
Até quando haverão palavras para perpassarem minha boca e dizer ao mundo resquícios da nossa história. história?

Até quando propulsará aqui dentro essa vontade maluca de retornar ao passado e sentir aquelas mãos novamente  sobre mim, e nossas palavras e planos e dias felizes cheios de agradáveis risadas, que o tempo resolveu calar. 
E as nossas idas e vindas. Oh céus, lembro-me de cada passo, cada dito, cada sorriso. 
É como um filme que retorna em minha mente sempre que bate a saudade e a preocupação diante das confusões em que você se enfia. Não engavete amor! Quantas vezes precisarei repetir isso a ti?

Nossa primeira conversa foi sobre torrões de açúcar. Lembro-me de morrer de rir com o fato de que eu estava conversando com um cara que usava uma lhama na foto de perfil. Não sei quantas mil mensagens. É, eu nem imaginava que ia dar naquilo tudo. Muito menos que ia dar nisso tudo, aqui dentro de mim.

Nossa primeira conversa.
Nossa primeira certeza.

Pois é. Num mundo tão incerto, não é fácil esquecer suas primeiras certezas de amor. Ou seja lá qual o nome ou palavra o universo queira dar pro sentimento vivido. 

Lembro-me da primeira vez que a sensação de perda tocou-me de perto. Estávamos sentados numa praça, depois de ter tomado muita chuva, abriu aquele solzin de fim de tarde, de pós-chuva, eu estava sentada na sua frente, tagarelando sem parar -como sempre (risos)- Você me olhou e disse:
-Vem cá. Está muito longe. 
Abraçou-me, puxou-me para perto do teu peito. Nos beijamos. Ainda sentia os resquícios de chuva nos fios do teu cabelo. Você se esquivou um pouquinho e minha memória não recorda se disse algo, somente lembro daqueles olhos castanhos fitando-me e da tua boca cantando "Quase sem querer'' do Legião. Comecei a cantar contigo. Lembro da minha mão direita sobre seu joelho e meus dedos acompanhando o ritmo da música.

- Tenho andado distraído,
impaciente e indeciso,
ainda estou confuso só que agora é diferente
tô tão tranquilo e tão contente.

(...)

-Me disseram que você, estava chorando! E foi então que eu percebi, como te quero tanto!

Meus olhos da forma mais discreta possível, enxeram-se de lágrimas. Você não reparou. Continuamos a cantar e nossas vozes cessavam quando nossos lábios pediam para se tocarem.
Foi exatamente nesse momento que bateu-me aquela tristeza momentânea, pois lembrei do ''o pra sempre, sempre acaba'' da Cássia Eller. Piegas tudo isso, não? Mas não tinha como fingir que em meio a tanta vontade de dizer não saísse a mais sincera pieguice do mundo.

Não sei como terminar esse texto. Não sei nem como ele começou. Assim como não sei qual foi nosso ponto final. Assim como não faço ideia de quando é que sentirei-me tão inteira novamente perto de alguém.

Tá faltando um pedaço de mim.

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