sábado, 27 de julho de 2013

-quem dera se palavra saísse do papel-

Ceguei. Fiquei sem palavras. E isso, é quase sinônimo de cegueira noturna. Não consigo junta-las decentemente pra que formem sentenças compreensíveis, risíveis! Ou mesmo que fossem pequeninas, brotando de dentro de mim, mesmo que fossem somente palavras acalentadoras. Pera. Que diabos é escrever? Por que escrevo? Você escreve?

Oh, mas nem que fossem palavras doces ou daquelas que formam as roldanas que me fazem seguir. Ou daquelas de dias de angústias, mórbidas, triviais, até diria... Mas nem que fosse uma só. Uma só palavra que não seja aquela de quatro letras. Qualquer, qualquer outra!
Vem, saia de dentro de mim, poetiza, pisa, pincela a vontade de dizer!
Cai pra fora. Cai pra fora de mim. Você. Vá embora, formador de palavras!
Você mesmo que cria esse fluxo de pensamento incompreensível aos meus leitores. Você mesmo. Despenca do meu coração. Solta a minha mão de vez. E vá, vá pra longe dos meus escritos! Porque eu tenho tanta coisa nova pra falar, e você, fantasma literário, me atordoa todas as noites, não me deixando dizer que 

oh
eu não queria sentir saudades.

Maldito! Vá-se embora do meu armário. Do meu corpo. Dos meus lábios. Parece que enroscou-se em mim e me amarrou pra perto dessa sua tristeza. 
Não se permite ser feliz, sim, eu sei.
Mas eu , bom, eu digo, que a partir de hoje estarei postulando
 -como em uma de outras muitas tentativas de dizer-

que quaisquer ser-humano seja feliz.

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