sexta-feira, 26 de julho de 2013

Escorreram. Escorreram com toda a voracidade. Só que escorreram dentro de mim, e eram salgadas, e perfuravam-me o corpo querendo expelir pelos meus olhos, mas algo ali não permitia. Por algum motivo, não consigo mais. Vai ver, que é porque elas correram demais sobre mim, tantas vezes... 18 anos e elas saiam sem problemas. Mas agora, engasgam, misturam-se com minhas sensações e me amarram. Lágrimas cruéis! Respeitem meu corpo, e saiam, por favor. Oh, já nem sei mais. Essas malditas. Não gostam mais de mim, nem de sair do meu olho, nem de escorrerem pela face. E tão todas ali, dentro do meu corpo inteiro, num mistifório de lembranças. Mas não saem, de jeito algum! Escorrem cada vez mais perto do meu pulmão. Tô quase sem ar. Preenchem minhas veias. Sangue. Água salgada. E não vão de mansinho, não! Elas tão pouco se fodendo pro meu corpo! Corroem mesmo, com intensidade. Talvez. Oh, talvez, elas não queiram mais sair, porque não há mais você, pra limpa-las e dizer ''Vai ficar tudo bem, minha querida''.

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