domingo, 10 de fevereiro de 2013


Tentaremos então abordar o que acontece no cais da Bahia. Não sou de lá, não sou nem de cá. Não sei de onde sou. Falaremos então sobre o quê? O que há pra se falar quando somente se quer dizer? Sem saber nem bem o quê. Tentaremos então abordar o coração pulsante de São Paulo, onde os martírios encontram-se a cada esquina, onde o medo paira corações pequenos, e as lágrimas correm por entre olhos, elas escorrem com tanta voracidade que sentimos sal purpurando nos nossos olhos. Eles ficam vermelhos, em mim, normalmente as bochechas também denunciam, ficam róseas. Aí fica sal saindo do olho, queimaduras na face e dores posteriores a um carnaval de pensamentos.
Dizem por aí, que todo carnaval tem seu fim. 
É fevereiro, é carnaval. Mas terei que postular o aval entre eu e a dor. Dai-me trégua, por favor. 
Observo as palavras que aqui começaram com Bahia, mas nós temos a grande mania de se esconder no meio do que de fato se sente. Temos medo. Mede-se tudo. Mede-se o medo do mundo.
Medirei então as medidas que podem ser tomadas na atual situação. Leitores não precisam disso, de escritos mal ditos. 
Mas eu preciso dize-los pra não me afogar.
Que o engasgo, rompa-se. Que a roupa caia. Descalça num chão de ladrilhos vermelhos, um vestidinho azul, umas lembranças boas que veem a tona quando as tristezas surgem.
Mas que se consiga produzir, nua de você. 
Estarei postulando que quaisquer ser-humano possa ser feliz.

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