sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013



Eu devo ter sido um pássaro em outra vida, porque nessa, eu não consigo parar , eu tenho que voar e voar e sentir-me cheia de asas, como uma pluma que não tem pra onde seguir. Eu tenho que ter asas imensas e cheias de vida, pra que eu possa voar com a maior velocidade possível. Até que. Até que. Ponto. Asas são cortadas.

Eu devo ter visto uma árvore florescer em outra vida, no beiral da minha janela, todas as manhãs. Porque sou tão apaixonada pelas flores, sinto-me intimamente ligada a elas. Até conversamos, por vezes. Eu, elas, o céu e o vento. Oh, o vento, a gente vive se adorando de baixo de árvores.

Eu devo ter muito mesmo guardado em mim, porque mesmo sem ter o que dizer, eu procuro alguma palavra concreta pra expressar-se no meio do mundo abstrato que tenho dentro de mim. Um mundo tão grande, tão grande quanto o de vocês. Cada um deve ter mesmo, um mundo tão profundo quanto a toca do coelho em que Alice caiu. Se eu pudesse, eu descobriria cada mundo de cada pessoa do mundo.
Se eu pudesse, ah, se eu pudesse, eu traria você pra perto.

Eu devo acreditar no sempre, no sempre por algum período de tempo. Eu de fato, tenho esperanças de que o pra sempre nem sempre acabe. Ou devo acreditar que por mimetismo interno eu tenha a capacidade de parar o mundo.

Eu devo cansar muita gente, com essas coisas, essas coisas de dizer o que sinto, de dizer o que quero. Devo mesmo. Mas o que posso fazer? 

Todos têm necessidades.

Nenhum comentário:

Postar um comentário