sábado, 17 de agosto de 2013

Socorro.


Enxia-me de água, de água por dentro, um mar de confusão. Um mar de raiva. Raiva ao ouvir as pérfidas palavras de alguém que você acreditava que de fato, estava contigo. Aleivosia , sabe? Escorrendo pela boca, e afogando todo mundo nela. E eu tentava nadar, tentava seguir, levantar. Mas não dava mais. Tava tudo perdido, dentro daquela confluência de água salgada, água que ardia os olhos e rasgava a pele. Gritos. Dizeres. Passado. Uma semana. Tudo continuou como antes. Passado a parte mais dificil, veio outra, que eu nem sabia que existia. No âmbito da existência, eu nem imaginava que podia chegar nesse nível do não-diálogo, do não-amor. Não era mais família. Eram corpos jogados. Um bêbado. Uma cansada. Outra sem chão. E tinha também os olhos de uma pequenina, novinha que não sabia lidar muito bem com tudo que estava ocorrendo. E tinha a avó, que trazia o pilar espiritual. Mas hoje, o pilar desabou. E desabou tudo junto. E tinham todos esses corpos nadando no meio de um oceano onde a tempestuosa chuva caía e escorria sobre os cabelos daqueles corpos que não conseguiam gritar! Não conseguiam viver! Não conseguiam! Não. Não. Até que por catarse universal, ela escreveu. Ela escreveu o mistifório ardente de dor, que se passava dentro dela. Era uma boa pessoa, sabia dançar com as flores e sentir amor, gostava de corpos, de cheiro e de sorrisos. Mas como o mundo pedia,

acabou voltando a chorar.

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