sexta-feira, 9 de agosto de 2013

-ah, a vida-


Não sabia mais chorar. Não sabia mais viver. Mentira. Eu vivia, e até demais, por isso desaprendi a chorar. Porque vivi muito e chorei demais. E tava tudo guardado nessa minha confluência de pensares e dizeres e palavras que não saíam de dentro de mim. Ou saíam da forma mais desajeitada possível. Acho que eu tenho saudades. É, acho que é isso. Acho que amo demais o mundo e sinto falta fácil demais. Cadê a caixinha de música? Aquela que a gente abria e sorria junto. Cadê o outro? Cadê a dança de ontem a noite? Cadê aquele amigo da primeira série? Cadê? Tô um pouco perdida, no meio de tanta vida. No meio de tanta gente. De tanto pesar. De tanta pobreza. De tanta saudade. No meio de tanto tanto! Oh, céus, como prosseguir? Tava tudo tão bem, perfeitamente costurado na redoma do amor. Tava tudo calmo. Tudo na paz. Ou na suposta paz que eu criei. Foi até bom. Mas tá sendo difícil, lidar com o fato de que tem coisa que aparece na nossa vida e revira tudo, a ponto de você aprender a sentir de uma forma completamente diferente. Pior é quando percebe que é tudo tão novo, esse seu novo jeito, sua nova forma de ver o mundo e tudo aquilo que o envolve! E hoje, nossa, hoje o estridente som do momento presente, bateu na porta e me mostrou que viver, ao menos pra mim, é quase como estar na inefável e frenética pulsação do dia-a-dia e do sentir. Que a paz está aqui sim, mas está atrelada a roldana que me move em relação ao outro. Me mostrou que tudo isso: Era só eu, e o meu sentir.

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