quinta-feira, 9 de outubro de 2014

o mundo é imenso
hostil
intenso
viril
calda de morango em erupção
''porra, queimei o dedo!''
grita a moça sedenta pelo doce
da panela imensa onde borbulha
o sulco grosso da vida
que vermelha
escorre
por entre os dedos lambuzados
da garota que os chupa
como se tivesse cinco anos.

ela come vida
todos os dias,
come amor
come dor
momentos
pessoas
sorrisos
leituras,
deleite da linguagem!
faminta! por palavras
que tornam o mudo,
mundo.
até que
queima
os dedos
as mãos
que tanto querem tocar
trazer pra perto
e com afeto
tornar doce.

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