sábado, 31 de maio de 2014

Cuspia numa tigela suja de catarro, pútrida, cheia de vermes, feito tua boca, da onde saíram tantas mentiras e tanta opressão. Meu peito se enchia de lágrima, de água, de dor. E formavam-se bolhas, que estouravam, uma por uma, sempre que lembrava das imagens, das palavras, do machismo pulsante em cada parte.
Das ameaças. Dos dizeres conjugados com ácido estomacal. Chame a polícia. Chame mais um grupo de cretinos opressores pra te defender.
Chame os vermes que percorrem as esquinas.
Chame quem quiser
que a putaria já é tamanha mesmo, faça ela ser compatível ao teu caráter de merda, porque é bem do seu feitio. Seu merda.
Nunca mais rele um dedo em mim, que eu tenho nojo dessas mãos que um dia me tocaram. Eu tenho nojo do teu beijo. Do teu olho. Do teu corpo.
Não sei como pode caber tanta raiva, tanta loucura.
Cego. Você só pode ter cegado. Sinto de longe a água destilada misturada com álcool caindo sobre seus olhos semi-abertos e entrando em sua boca da onde vinham os rumores gritos horrores

some
some das minhas palavras. do meu passado. do meu coração.
que isso não é amor
isso é insanidade 
doença

some
e vai ser doente longe de mim.

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