segunda-feira, 28 de abril de 2014

[sobre amanhã]

Dez-e-nove. Dezenove. Um dia pra tanta idade. Pronde foram as bonecas de pano? E as idas ao gramado central onde podia se jogar no chão?
E os sorrisos coloridos espaçosos cheios de rima?
Iria então desvendar as absolutas certezas que não diziam nada? Ou proferir as incertezas pro mundo e agarrar com toda força qualquer pitada de ar.
Seus olhos marejados diziam sobre o amor que não cabia dentro dela e a vida que explodia pelas têmperas e percorria todo o corpo. Corpo forte e frágil, donde provinha todas as belezas confortáveis e dispostas a ser. Seremos?
Sermos.
Não temos mais medo da morte, desde que o filme mostrou delicadamente que não precisava ser tão ruim assim. Não tenho mais medo da vida. Engoli tanta vida de uma vez só, que engasguei.
Dezenove vidas dentro de mim, costuradas e pulsantes.
Dizem por aí, que os gatos têm sete.
Eu tenho trocentas cantorias de bandolim, daquelas que reverberam e exaltam cada partezinha do meu ser. E ficam.
E vão.
Estão.

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