quarta-feira, 23 de abril de 2014

[insanidades noturnas]

Havia uma cidade de pedra esculpida pelas mãos de corpos extremamentes encharcados, de amores que sugaram, vínculos que findaram, vidas que passaram. Flores e açoites. Cada pedaço que vem e vai. Constituiremos então um emaranhado de corpos frustados? Ou haverá espaço pra um sorriso ao desconhecido? Um vontade de entrelaçar-se com o outro e sentir uma pitada de qualquer doçura passarinho que seja. Me digam. Peço encarecidamente aos poetas de duas mãos e todo o sentimento do mundo: Haverá espaço para compreender a existência de um Outro? Que sente, que come (ou não), que vive; porra. Que suja. Que limpa. Que banca e tenta cuidar das barrigas famintas, sofridas, caladas.
Poderíamos por gentileza abrir mão, mesmo que minimamente, do nosso eu-individualismo-confortabilíssimo-em-mim?
Não sei muito sobre bons textos, nem sobre palavras esclarecidas. Sei sobre transtornos de ansiedade, sobre bocas de saudade, dias encolhidos ao som da chuva numa cama de solteiro .nós dois.
Mas.
Onde.
Onde foi parar o pão desse mundo?
O problema não é ser rico. O problema é ser rico e não se assumir como fodidamente-privilegiado. O problema não é minha saia. O problema é seu machismo invasivo.

"Ah moça, mas aí já é vandalismo.''

''Vandalismo teu cu!''

Dois. Dois erros.

Três.
Quatro.
Cinco.
Seis.
Sete.
Sete bocas pra comer. 5 vidas pra viver. 2 vidas pra amar.
Sete dias são suficientes pra se reestabelecer com o mundo?
Saramago já dizia, que somos cegos, cegos que vendo, não veem.

Saramago diria sete vezes:
amor.

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