segunda-feira, 30 de junho de 2014

vento
sopra na proa
dos barquinhos de papel
que a criança desenhou
com tinta aquarela
e saíram andando por aí
no asfalto de São Paulo.

coloriram
pedra por pedra
rosto por rosto
lixo por lixo
até que
surgiu um mar
de cores
afogando
todos os moradores
daquela cidade-concreto
e então,
ela virou
papel molhado
e tinta escorrida.

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