quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Honestamente confuso.


(sobre grandes amores)

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A lã cheirosa e acolhedora de um
O riso-bonito-disfarçado do outro
O lábio saborosamente vivo de outrem

O primeiro
O segundo
O terceiro

Acreditei nele
Acreditei naquele
Acredito nesse

mais uma vez.
em meio a tantos
só três.
três que não incluem o primeiro
porque o primeiro, desde séculos passados já era chamado de primeiro amor.

Parece que depois do primeiro a porta do caos que inflama os corações apaixonados está aberta para todos os por-virem.

Tem o primeiro. E tem o primeiro depois do primeiro. E ele só não é segundo, porque o primeiro de todos está quase num universo de abertura alheio aos posteriores. Especialmente p r i m e i r o.
Depois de provar da primeira vez, você cre que pode dar certo da segunda. Mas pera, o que é dar certo? Terminar é dar errado? Muita pretensão dos corações humanos querer conceber o fim como erro. O fim é fim. E ponto. Assim como a morte pode chegar agora. O fim acontece como a morte e como mais um milhão de coisas que costumamos inferir algo, mas no fundo, é só uma coisa sem nenhum sinal universal ou mistico por trás dela. O fim é assim. Simples. Dolorido. Mas, existente.
Todavia, algo dentro de mim, sempre deu espaço a acreditar nos pós-fins. Nos essés de plural. Plural que abarca novos. Plural que abarca a totalidade de possibilidades.

Estou no terceiro. (E há os que digam que não dá pra se ter mais de um grande amor!) Doeu. Doeu na primeira. Doeu na primeira depois da primeira. Doeu na segunda. Doeu absurdamente também, na milhões de vezes que não foram as três vezes mais doloridas. Sempre dói.

E na terceira, ainda estou no ponto distante do fim.
Todo amor acabada?
Não sei.
Mas todo amor começa.
Em qualquer canto do mundo.
Não tem essa de "pessoa certa". Existem pessoas. E existem pessoas que dão certo. Com fim. Sem fim. Com dores absolutas, ou sem elas. Simplesmente dão. Estiveram. Estão. Foram. Serão.
Porque sempre no meio do caminho tortuoso e completo de pormenores doloridos, pode haver um terceiro que mostre como nunca é tarde pra sentir novamente e novamente e novamente

Há pessoas. Há amor. Há pessoas que sabem amar. E isso está por aí, esbarrando em corpos que dão espaço ao respirar preenchedor de tantos vácuos do mundo. Corpos que amam.

2 comentários:

  1. Curioso como você consegue falar tudo aquilo que pra mim parece inexplicável, ou impossível de ser descrito. Esse, entre tantos outros poemas teus, me tocou. Senti que fiquei mais um pouquinho perto de ti, como se eu conhecesse mais um tiquinho da Iaiá. Não sei explicar como, mas você com certeza vai entender. Te amo :3

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    1. Gente, só vi esse comentário agora. Fico imensamente feliz por ouvir isso. Espero que volte mais vezes e sempre se sinta um tiquin mais perto de mim.
      Gratidão <3

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