quarta-feira, 8 de agosto de 2012

polícia , pra quê?

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Estava eu, ouvindo minha música quando ela é interrompida por passos rasos e de fome. Era um morador de rua no metrô, com um marmitex na mão. Ouço o fiscal da estação dizer: Passa logo pro outro lado, menino. Ele atravessa as catracas com um sorriso de quem está fazendo arte, curioso, diríamos. Mas eu gostei dele. Continuei observando a cena, quando do nada como se houvesse saído de um conto do Poe um PM surge, oh, aqui há um erro, um PM nunca sairia de um conto do Poe, embora foi uma tentativa falha de introduzi-lo ao terror. Ele então, com sua pseudo-postura de ''estou defendendo a civilização'' com seus mais dois companheiros, olha para o garoto e não o dá nem tempo de respirar, começa a encara-lo com seus olhos profanos e grita:
 ''Por que não vai pra casa?'' O garoto se esquiva e diz: ''Não sei voltar pra casa não, tiu''. O PM continua gritando: ''Vai vaza, vaza muleque'' E o menino vai sendo enxotado escada à fora com um PM exacerbando: ''Quer apanhar? Quer apanhar?! Quer tomar no cu, em em?''. Meus olhos inconformavam-se com a cena, tinha raiva e ao mesmo tempo pena, não do menino que possuía menos de 12 anos e sim do policial que no fundo possuía só uma tentativa torpe de dizer ''eu mando nessa porra''. Esse não é um texto jornalistico, e bem longe de ser bonito ou bem escrito. É repugnância, repugnância pura e latente, daquelas que você exorta e joga assim, num texto seco e mal feito.


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