sexta-feira, 22 de maio de 2015

SOFREGUIDÃO

















sobre o guidão da bicicleta
estão minhas dores
seguro-as fortemente
conforme o vento
sopra-me o rosto
cujas lágrimas
escorrem
incessantemente
como um poema
sem rima qualquer

sobre a escuridão da noite
estão minhas dores
enxergo-as claramente
conforme a lua
cobre-me os olhos
cujas lágrimas

ah, as lágrimas
não saem mais
nem as palavras
nem a gente
a gente não sai
do mesmo lugar
cheio de dor
dor minha
dor de moça
oprimida
não-vista
não-sentida
sobre o corpo que me pertence
não me sente! você
não me sente
nem me vê

e meus olhos
só veem
poema desconfigurado
em lágrima.

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