Morrer enquanto há vida
Viver enquanto há morte
dormir enquanto
as pálpebras cansam
lendo os folhetos lacrimejados
borrados de batom vermelho
cuspidos com saliva pútrida
cuja raiva perpassa
a saudade esvai-se
e o rosto envelhecido
evidencia
como
o tempo
faz doer
já dizia o poeta
que tinha apenas duas mãos e o sentimento do mundo
as minhas estão
costuradas
sem fim
sem chão
sem ver
como
nem pronde ir.
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