sexta-feira, 14 de março de 2014

[Isso não é um poema.]

Café a dois
-sem bolo de cenoura-
Amargo-doce
Amargoce
Amargou-se
toda doçura
dos tempos passados
dos beijos intermináveis de metrô
dos beijos intermináveis de rua
dos beijos
ah
dos ditos corpo boca língua
do abraço de quem ama
sem nem saber como.
mas ama
ama estar
ficar.
esteve
sim, num tempo remoto
esteve das formas mais lindas possíveis
mas
sempre há um mas
há um mas dentro de ti, moço
há um mas que não o deixou ficar. tentar. viver.
um mas que lhe impede de sentir (permitir)
mas,
há quem sinta,
e esteja
e queira
e eu te juro que nunca mais vou estragar isso.

não sei muito sobre a nossa amizade
tão estranha
que a pouco incluiu re-vivencias
do que não há mais.
não sei muito sobre nós
talvez,
porque ir
seja nossa palavra.

sinto muito.
o universo nunca deixa muito espaço pros que desistem.
não importa quanto amor eu tenha aqui
nem mesmo as minhas tentativas falhas de botar pra fora
muito menos nossa vontade de não ir
não quero mais saber do carinho imenso
nem da saudade.

não importa mais.

porque

talvez

amores-que-vão

não sejam capazes de se transfigurarem em grandes amizades.

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