quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

''Você tem medo de você.''


Você poderia cuspir tudo fora, toda sua aleivosia, todo o seu egoísmo, todas as falas não ditas, toda preocupação vã, toda insensibilidade, todas as vezes que não pensou no mundo e apenas em você. Você tem medo do quê? De no meio de tanta sinceridade se perder? Ou de encarar os fatos? Do que temos medo? Tenho medo do que poderia ter feito ao ver tanta ingratidão, tanta indiferença. Do sofrimento latente de alguém que é intensa. Tenho medo da fome. Da fome de comida. Da fome de amor. Da fome de ter fome. Tenho medo de perder as pessoas, de fragmentar os sentidos, de cortar os pulsos e sentir na pele que sai sangue. Mas não tenho mais medo da morte, porque ela já bateu na porta de casa tantas vezes, já levou tantos entes queridos. Agora se vivos estamos mortos? Se vivos perdemos as pessoas como se elas tivessem morrido... Se vivos... Vivêssemos.

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