quinta-feira, 28 de junho de 2012

Pulmões dizendo



Foi quando entrei no ônibus, que percebi os olhares perpassando-me o corpo, e eram tantas pessoas, mãos, corpos, todos juntos em um só local, todos perdidos encontrando uma fuga em plena quarta-feira. Respiração plena. Inspiro e expiro. Sinto o ar entrando em meus pulmões, pulmões cansados, exaustos, pedem por água, por flores, por cores. E foi quando minha respiração aliou-se com todos os outros sentidos de meu corpo, e foi atribuindo para si mesma uma noção do porque estava funcionando. Uns com respirações ofegantes, outros com uma respiração fragmentada pelo cansaço e eu ali respirando, olhando e sentindo o calor pungente de pessoas, que como eu, possuem sonhos, desejos. Mas nesse momento, eu só queria ouvir minha música, e respirar, sentir na pele o que é o ar entrando, ar sujo da cidade, ar pobre, ar preocupante, agitado e regido pelos relógios , ar faminto, faminto de amor que permeia tantos andarilhos como eu.

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