sábado, 18 de fevereiro de 2012

Amor temporal

Ouvir a música http://letras.terra.com.br/legiao-urbana/22489/ ao ler o texto. De preferência não muito alta. hm

"Somos tão jovens (...)"

De longe a vi, sentada entre uma comunhão de cadeiras vazias, a cúpula com a imagem de Jesus logo em a frente, santos de todos os lados suplicava-lhe atenção com o olhar lacrimejante. A menina tinha os cabelos pretos como a asa da graúna e a pele branca, olhos negros e distantes pediam para alguém que seu coração fosse abraçado. "Acalente-me", ela pensava. Os anjos observavam-na e sorriam, tocavam em seus cabelos e ela se arrepiava. Foi quando ela pensou: "Quem é Deus? Por favor, se apresente." Estava distante de toda aquela redoma sacramental, ela tinha a sua fé, sem depender de alguma religião. Os vitrais coloridos eram a única coisa ali que pareciam com ela, uma junção de pedacinhos de vidro colorido formando uma bela imagem, a menina era constituída assim, como os vitrais. Nesse momento era um vitral com medo de despedaçar, um tanto descrente do vai dar certo, não sabia como pensar, o que dizer. Medo de seguir pelo caminho errado. Trilhões de palavras foram jogadas em sua mente, foi obrigada a enxergar as coisas pelo olhar de outro. Confusão total. Por mais que tivesse sua fé própria, estava com a espiritualidade um tanto rompida, precisava sentir mais a presença de Deus. Mas foi observando os vitrais que lembrou de quando observava o céu, sentia o vento, e só dessa forma já tinha certeza de Ele estava ali, ao seu lado. Não precisava vê-lo, porque ele é o amor, e isso é o que ela mais tem.

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