domingo, 16 de novembro de 2014

[desabafo]



despedaçada
pelo mundo que corta feito lâmina das facas enferrujadas da cozinha velha lá de casa, onde brotam angústias pelas quinas dos armários empoeirados. 
cansada
pelo amigo que não escuta e se joga no âmbito da tristeza melancólica que mata.
o mundo não me é mais confortável.
ana cristina césar talvez me entenderia
clarice nem tanto.
se bem que
acho que com palavras tão tortas e mal escritas não há mais pessoas que entendam ou escutem ou... Enxerguem. O olhar ao outro cegou. 
Cegos que vendo, não veem. -já dizia Saramago-
Escuro. Engasgo de palavras cortadas que nadam entre os espasmos fluídos sangue corpóreo 
nojento
pútrido
suado
dos dias que correm
escorrem
controlam
o tempo 
não cedem espaço
nem pro respirar.
Lixo. Tudo isso que escrevo não passa de lixo fonético. Junções de palavras que não conseguem nem mesmo conjurar o tamanho da dor. Lixo feito o morango estragado que apareceu na minha bolsa semana passada. 
Epifanias literárias perpassam meu coração onde há vontade de encontrar algo que cure esse mundo tão insano. Onde tudo corre corre corre corre corre corre corre corre

explodo.
no lixo de palavras que há aqui dentro.
escarro
tudo pra fora.

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